GRÉCIA

Grécia enfrenta greve e protestos após acidente de trem que deixou 57 mortos

Cerca de 700 manifestantes se reuniram em frente à sede da operadora ferroviária Hellenic Train, em Atenas, para expressar indignação

Agence France-Presse
postado em 02/03/2023 18:22 / atualizado em 02/03/2023 18:22
 (crédito: AFP STRINGER / AFP)
(crédito: AFP STRINGER / AFP)

Uma greve paralisou nesta quinta-feira o tráfego ferroviário na Grécia, e protestos se multiplicaram contra um setor que acumula "fracassos", reconheceu o governo, após uma colisão frontal de trens ter deixado 57 mortos.

Cerca de 700 manifestantes se reuniram em frente à sede da operadora ferroviária Hellenic Train, em Atenas, para expressar indignação, após a pior catástrofe ferroviária da história grega.

Em Tessalônica, segunda maior cidade da Grécia, foram mais de 2.000 manifestantes, alguns dos quais lançaram pedras e bombas incendiárias. Segundo um porta-voz da polícia, a situação se normalizou pouco depois.

O acidente ocorreu na noite de terça-feira, perto da cidade de Lárissa, e deixou 57 mortos, segundo um balanço policial divulgado hoje. "É possível que haja alguém no trem que ainda não tenha sido declarado desaparecido", disse a porta-voz da polícia Constantia Dimoglidou.

Autoridades decretaram três dias de luto nacional. O porta-voz do governo, Yiannis Economou, prometeu uma investigação sobre "os atrasos na execução de trabalhos ferroviários provocados pelas deficiências crônicas do setor público e décadas de fracassos".

Em Atenas, a multidão observou hoje um minuto de silêncio em memória das vítimas. As manifestações coincidiram com uma greve de 24 horas convocada pela federação dos sindicatos do setor. Os trabalhadores denunciam a "falta de respeito" com o setor por parte de sucessivos governos, a que atribuem "esse resultado trágico".

Negligência 

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis disse ontem que o acidente será investigado a fundo. Apontado como responsável pela tragédia, o diretor da estação ferroviária de Lárissa foi detido e será acusado de homicídio culposo e lesão corporal, depois que autoridades atribuíram o ocorrido a falha humana. O homem, 59 anos, pode ser condenado à prisão perpétua pelo acidente, que ocorreu à meia-noite de terça-feira.

O funcionário, que estava em serviço no momento do acidente, terá de explicar como um trem de passageiros e um trem de carga circularam por vários quilômetros na mesma via, mas em sentidos opostos.

Cinco anos depois da privatização da empresa ferroviária Hellenic Train, que foi vendida para o grupo italiano Ferrovie dello Statto (FS), os sistemas de segurança ainda não foram automatizados.

O ministro dos Transportes pediu demissão horas depois do acidente. Os sindicatos ferroviários afirmam que as falhas na linha que liga Atenas a Tessalônica são conhecidas há anos.

Uma porta-voz do corpo de bombeiros disse à AFP que as equipes de resgate trabalharam durante toda a noite em busca de sobreviventes. "Era um trem lotado de estudantes, de jovens na casa dos 20 anos", declarou Costas Bargiotas, médico do hospital de Lárissa. "É realmente impactante ver os vagões amassados, como se fossem de papel", acrescentou.

O vagão-restaurante pegou fogo e a temperatura em seu interior chegou a 1.300ºC, segundo os bombeiros. "Ninguém pôde me informar se minha filha estava ferida, na UTI, nada", lamentou a mãe de uma estudante de 23 anos que viajava no trem. Juntamente com o marido, ela fez um teste de DNA para saber se o corpo da filha estava entre os carbonizados ou esmagados. "Não teremos respostas rápidas", avisaram os médicos.

Notícias no seu celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE