Jornal Correio Braziliense

Oriente Médio

Israel e Palestina concordam em desescalar e evitar violência na Cisjordânia

Após quase um ano de combates que mataram mais de 200 palestinos e mais de 40 israelenses na Cisjordânia e no leste de Jerusalém, o anúncio marca um pequeno sinal de progresso

Autoridades de Israel e da Palestina declararam neste domingo, 26, seu compromisso em tomar medidas para diminuir as tensões na Cisjordânia, além de se reunirem novamente em março, antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã. Segundo as autoridades, os encontros devem continuar para "manter um impulso positivo" e buscar "uma paz justa e duradoura".

"Os dois lados (os lados palestino e israelense) afirmaram seu compromisso com todos os acordos anteriores entre eles e com o trabalho em prol de uma paz justa e duradoura. Eles reafirmaram a necessidade de se comprometer com a desescalada no terreno e a evitar mais violência", descreveu o comunicado conjunto divulgado após reunião em Ácaba, na Jordânia.

Segundo o comunicado, tanto o Governo de Israel quanto a Autoridade Nacional Palestina confirmaram "sua prontidão e compromisso conjuntos de trabalhar imediatamente para acabar com medidas unilaterais por um período de três a seis meses".

"Isso inclui o compromisso de Israel de interromper a discussão de quaisquer novas unidades de assentamento por quatro meses e de interromper a autorização de quaisquer postos avançados por seis meses", informa o documento.

Além de israelenses e palestinos, altos funcionários jordanianos, egípcios e americanos participaram do encontro e concordaram em se reunir novamente em Sharm El Sheikh, no Egito, em março, para atingir as metas listadas acima.

"Os participantes também concordaram em buscar medidas de fortalecimento da confiança mútua, a fim de abordar questões pendentes por meio do diálogo direto", afirma o comunicado, acrescentando que Israel e Palestina trabalharão "de boa fé para assumir responsabilidades e aumentar a confiança mútua por meio deste acordo". "Jordânia, Egito e Estados Unidos consideram esses entendimentos como um grande progresso para restabelecer e aprofundar as relações entre os dois lados e se comprometem a auxiliar e facilitar, conforme apropriado, sua implementação."

Após quase um ano de combates que mataram mais de 200 palestinos e mais de 40 israelenses na Cisjordânia e no leste de Jerusalém, o anúncio marca um pequeno sinal de progresso.

Mas a atual situação ainda coloca esses compromissos em dúvida, uma vez que neste domingo dezenas de colonos israelenses iniciaram um violento tumulto no norte da Cisjordânia, incendiando dezenas de carros e casas depois que dois colonos foram mortos por um atirador palestino. Médicos palestinos disseram que um homem foi morto e outros quatro ficaram gravemente feridos no que parecia ser a pior explosão de violência de colonos em décadas.

*Com informações da Associated Press