Os mergulhadores Beth Neale e Miles Cloutier resolveram comemorar o Valentine’s Day — data em que se celebra o dia dos namorados nos Estados Unidos e em outros países do mundo — de uma maneira única: os dois se beijaram por quatro minutos e seis segundos debaixo d’água nas Maldivas. O objetivo era bater o recorde de maior beijo subaquático do mundo, estabelecido em três minutos e 24 segundos em 2010, e eternizar o amor dos dois. Assista o vídeo do beijo:
A ideia do beijo digno do Guinness Book surgiu em 2019 e, desde então, eles praticam a técnica de reter a respiração juntos para alcançar o objetivo. Beth, natural da África do Sul e tetracampeã no campeonato de mergulho livre do país, já é acostumada a navegar dentro das águas sem respirar e, desde quando conheceu Miles, ensina a ele o esporte.
Os dois se conheceram há cinco anos nas Bermudas, quando Miles se inscreveu como voluntário em um projeto dirigido por Beth cujo objetivo era ensinar crianças a fazer mergulho livre — modalidade de mergulho em que a pessoa nada pelas águas sem equipamentos de reposição de ar, apenas segura a respiração — e ensinar sobre a importância da preservação do oceano.
Apesar dos anos de prática, os dois consideraram a quebra do recorde um desafio imenso. O casal intensificou o treino semanas antes de irem para Maldivas, cenário escolhido para o momento de amor e profissionalismo. No entanto, contaram ao site do Guinness World Records que não conseguiram conter o nervosismo assim que chegaram na ilha.
“Foi muito interessante para mim porque sou instrutora de mergulho livre. E todas as coisas que digo aos meus alunos, não consegui seguir a mim mesmo pela primeira vez na minha vida”, contou Beth à equipe de jornalismo do Guinness. A mergulhadora conta que três dias antes do dia marcado para a tentativa de quebra de recorde, os dois não conseguiram prender a respiração nem por 20 segundos.
“Não conseguíamos nem atingir o recorde existente, não chegamos nem perto”, revelou Miles. Na terça-feira (14/2), dia do desafio, os dois chegaram à piscina em que dariam o beijo às 7h30 e começaram a se aquecer, com mergulhos rápidos e depois treinos de beijos.
O casal deu dois beijos, um de dois e outro de três minutos, antes do beijo oficial. Os dois se ajoelharam no fundo da piscina e se abraçaram enquanto davam o beijo. À medida que o tempo passava, mais difícil se tornava para eles.
Beth diz que pouco antes dos três minutos, a garganta e o diafragma dela começaram a se mover involuntariamente — movimento que é possível ver no vídeo do momento —, uma ação provocada pelo acúmulo de dióxido de carbono dentro do corpo dela. O mesmo ocorreu com Miles e os dois afirmam que tiveram que lutar contra o desejo de respirar.
Os dois seriam avisados do recorde por meio de aplausos de uma multidão que se reuniu ao redor do local para assistir o evento. Eles combinaram com o público que assim que quebrassem o recorde e, depois dos quatro minutos, houvesse uma salva de palmas. Mas o que os dois não sabiam é que não conseguiriam ouvir o barulho do lado de fora da piscina, o que foi considerado “desorientador” por Miles.
“Eu estava esperando pelos aplausos porque esperávamos isso e nunca veio, então estávamos esperando e esperando por isso. Quanto mais tempo você prende a respiração, mais alto o nível de desconforto aumenta, então foi um pouco desorientador”, compartilhou.
Os dois foram avisados pela equipe e pelo cinegrafista subaquático Sidney The Shark, que filmava, quando quebraram o recorde e, juntos, continuaram o beijo até não aguentarem mais. Quando subiram à superfície para respirar, souberam que estabeleceram um novo recorde mundial.
O recorde é o mais novo “bebê” do casal, que já é pai de Neve, de 1 ano e 6 meses. A garota, inclusive, já segue os passos dos dois: é uma nadadora mirim. Além da paternidade, os Miles e Beth compartilham a carreira profissional: os dois criaram a página Free Diving Couple, na qual compartilham vários mergulhos livres em mar aberto.
Os dois também têm contratos com organizações de conservação e turismo e utilizam os vídeos para promover a prática do mergulho e a preservação oceânica.
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