Jornal Correio Braziliense

ORIENTE MÉDIO

Após terremotos na Turquia e Síria, sobreviventes enfrentam fome e desabrigo

Desalojadas, milhares de pessoas enfrentam frio, fome e sede na Turquia e na Síria após o devastador terremoto da última segunda-feira. OMS teme uma grave crise sanitária, com doenças como o cólera, nas regiões afetadas

Comboio

Na Síria, já debilitada pelos 12 anos de guerra civil, a situação é ainda pior. Ontem, no quarto dia após a tragédia, o noroeste do país, controlado pelos rebeldes, recebeu o primeiro comboio de ajuda internacional através da passagem de fronteira de Bab al Hawa, a única autorizada para o envio de material a partir da Turquia.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que a entrega inclui mantas, colchões, tendas e artigos básicos de socorro para cobrir as necessidades de ao menos 5 mil pessoas. Embora tenha sido um pacote de assistência planejado desde antes do terremoto, a iniciativa foi exaltada. "Pode ser considerada uma resposta inicial das Nações Unidas e deve continuar, como nos prometeram, com comboios maiores para ajudar nossa população", disse Mazen Alloush, funcionário do posto de passagem da fronteira.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, instou o Conselho de Segurança a autorizar a abertura de novos pontos fronteiriços entre Turquia e Síria para entregar ajuda humanitária da organização às vítimas do terremoto.

A União Europeia prepara uma conferência de doadores em março para mobilizar ajuda internacional para Síria e Turquia. "Ninguém deve ficar sozinho quando uma tragédia como essa atinge uma população", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A questão da ajuda é considerada delicada na Síria, com regiões sob controle dos rebeldes e um governo que tem a inimizade do Ocidente. O bloco europeu enviou rapidamente equipes de emergência para a Turquia, que também recebeu ajuda dos Estados Unidos, da China e dos países do Golfo, mas, inicialmente, ofereceu assistência mínima à Síria por causa das sanções contra o regime de Bashar al-Assad.

Na quarta-feira, no entanto, o governo Al-Assad solicitou formalmente ajuda a Bruxelas e a Comissão Europeia incentivou os 27 países do bloco a responder de maneira favorável, mas com vigilância para impedir o desvio de material.

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Cidade inundada

A maioria dos habitantes de Tlul, no noroeste da Síria, foi obrigada a deixar o vilarejo, ontem, após o rompimento de uma barragem que inundou a região, consequência do forte terremoto que abalou o país e a vizinha Turquia. A água cobriu parcialmente casas e árvores. Plantações de trigo e de feijão ficaram completamente submersas no povoado, localizado ao norte da província de Idlib, próximo à fronteira com a Turquia. "Nossa situação é dramática", desabafou Luan Husein Hamadeh, um dos poucos moradores que permaneceram na aldeia.