CLIMA

Regiões estratégicas da China e EUA são mais expostas às mudanças climáticas

A Índia também está no topo dos países mais vulneráveis, enquanto Brasil e Argentina aparecem entre as 50 primeiras posições

Agence France-Presse
postado em 20/02/2023 16:52 / atualizado em 20/02/2023 16:52
 (crédito: Kacper Pempel/AFP)
(crédito: Kacper Pempel/AFP)

Regiões econômicas estratégicas da China e dos Estados Unidos são as mais expostas às consequências das mudanças climáticas, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (20) sobre os riscos do aquecimento global em áreas urbanas.

A Índia também está no topo dos países mais vulneráveis, enquanto Brasil e Argentina aparecem entre as 50 primeiras posições, sinaliza a XDI, uma empresa australiana especializada em avaliar riscos climáticos para investidores e analistas financeiros.

"Recebemos um sinal muito forte para países como China, Estados Unidos e Índia. Esses são, basicamente, os motores da economia mundial, onde se concentram muitas infraestruturas", explica Karl Mallon, diretor de ciência e inovação da companhia.

Cerca de 80% dos territórios mais expostos estão localizados nestes países. Dos 10 primeiros, nove são chineses, como as províncias de Jiangsu (1), Shandong (2) e Hebei (3), no leste da segunda maior economia do mundo.

Alguns estados americanos de grande importância econômica também estão entre os primeiros da lista, como Flórida (10), Califórnia (19) e Texas (20), diz o relatório, que estudou 2.600 regiões.

Na América do Sul, as áreas de maior risco climático estão no Brasil, em São Paulo (33), Santa Catarina (45) e Minas Gerais (47), e na Argentina, na capital Buenos Aires (40).

Em todos esses casos, o principal risco é devido às inundações fluviais e pluviais, e, no caso de Buenos Aires, também há a exposição ao aumento do nível do mar.

Na Europa, o território mais vulnerável aos impactos é o estado alemão da Baixa Saxônia (56).

"Fuga das capitais" 

O método utilizado pela XDI leva em conta oito fatores de risco: o aumento do nível dos rios, as inundações pluviais e costeiras, o calor extremo, os incêndios florestais, as secas, o vento extremo, as geadas e os degelos.

A modelo tem como base um dos cenários pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), do aumento da temperatura global em mais de 3°C antes do final do século, em relação à era pré-industrial.

Este cenário também é utilizado pelos bancos para fazer avaliações de risco. "Publicamos essa análise a pedido dos investidores que solicitavam dados sobre os riscos em escala regional", explica Rohan Hamden, CEO da XDI.

“Como a infraestrutura construída geralmente se sobrepõe aos altos níveis de atividade econômica e valores de capital, é imperativo entender e avaliar melhor o risco físico da mudança climática”, disse ele.

Os autores do relatório pedem aos países que reduzam suas emissões de CO2 para limitar o aquecimento global e evitar futuras catástrofes. No entanto, alertam que as mudanças climáticas terão, de qualquer forma, consequências financeiras no preço de alguns títulos e no comportamento dos atores econômicos.

"As pessoas que querem abrir uma fábrica ou cadeia de suprimentos nesses estados e províncias vão pensar duas vezes", prevê Mallon.

"Na melhor das hipóteses, pode haver um prêmio de risco para esses territórios e, na pior, uma fuga de capitais de investidores em busca de portos seguros" para seus fundos.

Notícias no seu celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE