SÍRIA

Bombardeio israelense deixa 15 mortos na capital síria, segundo ONG

Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel lançou centenas de bombardeios contra o país vizinho, visando principalmente postos do exército, milícias iranianas e o Hezbollah, aliados do governo sírio

Agence France-Presse
postado em 19/02/2023 10:33 / atualizado em 19/02/2023 10:33
 (crédito: LOUAI BESHARA / AFP)
(crédito: LOUAI BESHARA / AFP)

Um bombardeio israelense na Síria deixou pelo menos 15 mortos na madrugada deste domingo (19/2) e danificou gravemente um prédio no bairro de Damasco, onde estão localizadas agências de segurança e inteligência, informou uma ONG.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) indicou que o bombardeio deixou 15 mortos, entre civis, incluindo duas mulheres.

"O bombardeio de domingo é o ataque israelense mais mortífero contra a capital síria", disse Rami Abdel Rahman, diretor da OSDH, uma organização sediada no Reino Unido que usa uma rede de fontes dentro da Síria.

De acordo com o OSDH, "mísseis israelenses tinham como alvo locais [usados por] milícias iranianas e o Hezbollah libanês". O ataque atingiu um prédio de dez andares próximo ao Centro Cultural Iraniano, no bairro de Kafr Sousa, onde estão sediados alguns ministérios, agências de segurança e órgãos de inteligência.

Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel lançou centenas de bombardeios contra o país vizinho, visando principalmente postos do exército, milícias iranianas e o Hezbollah, aliados do governo sírio.

O Ministério da Defesa sírio informou que o bombardeio ocorreu às 00h22 (19h22 no horário de Brasília).

"O inimigo israelense realizou um ataque aéreo das Colinas de Golã ocupadas contra várias áreas dentro e ao redor de Damasco, incluindo bairros residenciais", afirmou em um comunicado.

Segundo um correspondente da AFP, na entrada do prédio atacado havia uma cratera e as ruas estavam repletas de escombros e restos de vidro das janelas explodidas.

O OSDH informou que outro ataque com míssil atingiu um depósito de milícias iranianas e combatentes do Hezbollah nos arredores de Damasco. A AFP contatou um porta-voz do exército israelense, mas ele se recusou a falar com "a mídia estrangeira".

Israel não costuma comentar sobre suas operações contra a Síria, mas frequentemente reitera que não permitirá que o Irã estenda sua influência até as fronteiras de Israel.

O governo sírio de Bashar al-Assad recebe apoio militar da Rússia, Irã e grupos armados xiitas como o Hezbollah, inimigo jurado de Israel.

Fortes explosões 

Os moradores de Damasco acordaram no meio da noite com o barulho de fortes explosões e as sirenes das ambulâncias que se dirigiam ao local, informou um correspondente da AFP.

Imagens divulgadas pela imprensa estatal mostram um prédio bastante danificado pelo ataque, que esmagou as estruturas dos andares inferiores.

Um porta-voz da diplomacia iraniana, Naser Kanani, "condenou veementemente o ataque do governo sionista a alvos em Damasco e sua periferia, incluindo alguns prédios residenciais".

O bombardeio ocorreu semanas depois que um ataque de míssil israelense atingiu o Aeroporto Internacional de Damasco em 2 de janeiro, matando quatro pessoas, incluindo dois soldados.

O conflito na Síria começou em 2011 com uma repressão brutal a protestos pacíficos e se transformou em uma guerra civil que também envolveu potências estrangeiras e grupos jihadistas.

Desde o início da guerra, quase meio milhão de pessoas morreram e o conflito forçou quase metade da população do país a fugir de suas casas.

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