ARGENTINA

Argentina quebra recordes de calor e frio em fevereiro em apenas 5 dias

Em cinco dias, as ruas de Buenos Aires passaram do típico panorama de verão, com as pessoas sofrendo com o calor para um cinza outonal de casacos, jaquetas e guarda-chuvas

Agence France-Presse
postado em 17/02/2023 18:57 / atualizado em 17/02/2023 18:57
 (crédito: AFP/Damien Meyer)
(crédito: AFP/Damien Meyer)

Os termômetros na Argentina registraram recordes de calor e de frio para o mês de fevereiro em apenas cinco dias, nos quais as temperaturas caíram 30 graus centígrados e provocaram nevascas históricas, informou o Serviço Meteorológico Nacional (SMN).

Nesta quinta-feira (16/2), devido à chegada de uma massa de ar frio da Patagônia, Buenos Aires passou dos 38,1°C do domingo anterior para apenas 7,9°C, o que não acontecia desde 1951. O recorde absoluto foi registrado em 1910, com 4,2 graus centígrados.

Há menos de uma semana, o país se viu sufocado pela oitava onda de calor do verão, sem precedentes em mais de seis décadas, que levou a temperaturas de quase 40 graus no centro e no norte do país.

Sierra de la Ventana, uma cadeia de montanhas baixas (250 metros de altitude), 560 quilômetros a oeste de Buenos Aires, amanheceu nesta sexta-feira (17/2) com seus picos nevados pela primeira vez desde que existem registros e com uma temperatura de -4 °C na localidade de mesmo nome, segundo meios locais.

A atual massa de ar frio originou-se em latitudes polares, ascendeu pelo Pacífico, atravessou a Cordilheira dos Andes a partir do Chile e entrou com força e ventos no centro da Argentina, explicou o meteorologista Christian Garavaglia à AFP.

Em cinco dias, as ruas de Buenos Aires passaram do típico panorama de verão, com as pessoas sofrendo com o calor para um cinza outonal de casacos, jaquetas e guarda-chuvas para proteger de garoas isoladas.

Também foram registradas temperaturas recordes desde 1961 para o mês de fevereiro em Maquinchao, Río Negro, no sul do país (-4,2°C); Malargüe, Mendoza, no oeste (-1,6°C); Venado Tuerto, Santa Fe (4°C), no centro; e Gualeguaychú, Entre Ríos (6°C), no leste.

"Mais que as mudanças climáticas, neste evento meteorológico fica evidente a influência do ciclo La Niña do Fenômeno El Niño (ENSO), que explica a variabilidade extrema do calor para o frio", disse Garavaglia.

Na América do Sul, o ciclo La Niña se relaciona diretamente com a seca do ar e do solo, "que torna as amplitudes térmicas mais extremas", ao contrário do El Niño, "quando a região fica mais úmida e estas amplitudes costumam ser mais moderadas", acrescentou o meteorologista.

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