Os Estados Unidos conseguiram recuperar partes significativas do balão chinês derrubado no início do mês na costa do estado da Carolina do Sul, sob suspeita de espionagem. Em meio ao material retirado do mar pelas equipes de busca, estão "todos os sensores prioritários e eletrônicos identificados, bem como grandes porções da estrutura", segundo comunicado divulgado, ontem, pelo Comando Norte dos Estados Unidos. O governo americano está certo de que se tratava de um artefato de espionagem, enquanto Pequim alega que o objeto era utilizado para fins de científicos, principalmente meteorológicos.
Washington está em alerta desde o fim de janeiro, quando o enorme balão branco pairando sobre bases militares foi avistado. Após o incidente, o Exército americano ajustou as configurações dos radares para detectar dispositivos menores e rapidamente descobriu mais três objetos voadores não identificados, aparentemente "inofensivos".
Tão logo os artefatos foram detectados, o presidente Joe Biden ordenou a derrubada. Um estava sobre o Alasca, outro sobre o Canadá e o terceiro sobre o Lago Huron, no estado de Michigan. As três operações de destruição, realizadas no último fim de semana, foram deflagradas em nome da segurança do transporte. Segundo a Casa Branca, a aviação civil poderia ter sido comprometida.
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Diante das especulações do Congresso, da mídia e da opinião pública, que vão desde uma ofensiva coordenada de espionagem chinesa até a chegada de extraterrestres, o governo americano, agora, afirma que os três novos objetos não parecem ser chineses ou envolvidos em missões de espionagem.
Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, as autoridades americanas, até agora, "não viram nenhuma indicação ou qualquer coisa que aponte especificamente para a ideia de que esses três objetos faziam parte do programa de balões espiões (da China) ou estavam envolvidos em tentativas externas de coleta de inteligência". Segundo ele, "poderiam ser balões que simplesmente têm vínculos com entidades comerciais ou de pesquisa e, consequentemente, seriam inofensivos".
Sob suspeita, as autoridades chinesas deram o troco e acusaram Washington de enviar seus próprios balões de espionagem sobre a China, algo que as autoridades americanas também negam. Nesse cenário, a relação entre as duas potências está abalada. A detecção do balão chinês levou ao cancelamento abrupto de uma viagem a Pequim do secretário de Estado, Antony Blinken. Seria a primeira visita de um chefe da diplomacia americana à China desde outubro de 2018.
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