O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, decretou nesta quinta-feira estado de catástrofe no país, para enfrentar a crise no fornecimento de energia, que prejudica a rotina e a economia da maior potência industrial do continente.
Há meses, 60 milhões de sul-africanos são obrigados a cozinhar, lavar roupa e recarregar o telefone em horários determinados. O país carece de eletricidade e faz um racionamento à base de cortes programados, que chegaram a 12 horas em alguns dias.
"Decretamos estado de catástrofe nacional para responder à crise de eletricidade e a seu impacto", com efeito imediato, declarou Ramaphosa na Cidade do Cabo, onde pronunciou à noite seu discurso anual do Estado da Nação.
“De imediato, a tarefa irá consistir em reduzir significativamente, nos próximos meses, a intensidade dos apagões, e, mais para frente, acabar com eles", explicou o presidente, que reconheceu que a crise afeta “todas as camadas da sociedade”.
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O estado de catástrofe desbloquear fundos excepcionais. Segundo o presidente sul-africano, está prevista uma ajuda às empresas, principalmente do setor alimentar, bastante afetadas.
O governo espera que o estado de catástrofe amenize a revolta mostrada pela população nas últimas semanas, marcadas por manifestações contra os cortes de energia em várias cidades, atendendo a um chamado da oposição e dos sindicatos.
A empresa pública Eskom, que produz 90% da energia consumida no país, possui uma dívida superior a 20 bilhões de dólares e foi saqueada durante a presidência de Jacob Zuma (2009-2018). As usinas de carvão do país estão velhas e mal conservadas.
A África do Sul é um país fortemente dependente da energia fóssil, e enfrenta dificuldades na transição para as energias renováveis. A tudo isso se soma o contexto econômico difícil, com um índice de desemprego de 32,9%, uma previsão de crescimento econômico para este ano quase nula (0,3%) e uma inflação persistente.
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