Religião

Igreja Anglicana vota a favor de abençoar união de casais homoafetivos

Ao todo, 250 bispos, clérigos e leigos apoiaram as reformas, enquanto 181 se opuseram e 10 se abstiveram da votação realizada no centro de Londres

Agence France-Presse
postado em 09/02/2023 16:00
 (crédito: JUSTIN TALLIS / AFP)
(crédito: JUSTIN TALLIS / AFP)

A Igreja Anglicana votou a favor, nesta quinta-feira (9), de permitir que padres possam abençoar a união de casais homoafetivos, mas manteve a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O Sínodo Geral da Igreja Anglicana, composto por centenas de membros eleitos que se reúnem duas ou três vezes por ano, apoiou a proposta por ampla margem, após oito horas de debate durante dois dias.

Ao todo, 250 bispos, clérigos e leigos apoiaram as reformas, enquanto 181 se opuseram e 10 se abstiveram da votação realizada no centro de Londres.

As propostas anunciadas no mês passado, quase seis anos após debates internos, não mudarão as regras que proíbem aos padres anglicanos celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Ainda que membros do Sínodo tenham apoiado uma emenda que sustentava este impedimento, eles votaram a favor de uma proposta que permite a bênção de casamentos ou uniões civis.

O debate acontece após anos da crescente pressão política sobre a instituição para reformar sua postura sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, legalizado na Inglaterra em 2013.

Os religiosos também reconheceram "o fracasso da Igreja em acolher" a comunidade LGBTQIA+.

No mês passado, os bispos já haviam pedido desculpas à comunidade LGBTQIA+ pela atitude "hostil e homofóbica" que possa ter ocorrido em algumas paróquias.

Contudo, a medida gerou críticas entre o setor mais progressista da própria instituição, que considera que elas não vão longe o suficiente, e os críticos da emenda, que argumentam que as mudanças só criam mais divergências.

- "Um novo começo" -

A bispa de Londres, Sarah Mullally, comemorou as reformas aprovadas, embora reconheça as divisões na Igreja Anglicana no Reino Unido e em outros países.

"Reconheço que haverá [pessoas] muito agradecidas por isso e que terá magoado outras", declarou, prometendo "estar ciente das divisões profundas" que isto pode gerar, mexendo com "as profundezas da nossa identidade humana".

"Os arcebispos e eu esperamos que o debate cuidadoso e devoto de hoje marque um novo começo para a Igreja, pois queremos seguir em frente, ouvindo uns aos outros", acrescentou.

A Igreja Anglicana, predominante no Reino Unido sob a égide da Igreja da Inglaterra, da qual o rei Charles III é o líder máximo, tem 85 milhões de fiéis em todo o mundo e está presente em muitos países, inclusive em alguns da África onde a homossexualidade ainda é considerada crime.

Na Igreja Católica, o papa Francisco causou polêmica ao adotar uma postura relativamente liberal em relação à homossexualidade, dizendo que aqueles que a criminalizam estão "errados".

No entanto, em 2021, o Vaticano reafirmou sua posição de que a homossexualidade é um "pecado". E o casamento segue definido na instituição como a união entre um homem e uma mulher com fins de procriação.

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