Tragédia

Número de mortes por terremoto na Turquia e na Síria supera 6 mil

Equipes de resgate de outros países devem começar a chegar ainda nesta terça-feira (7/2) às zonas afetadas pelo terremoto e por seus tremores secundários

Correio Braziliense
postado em 07/02/2023 16:07
 (crédito: Adem ALTAN / AFP)
(crédito: Adem ALTAN / AFP)

O número de mortos após os terremotos que atingiram a Turquia e a Síria na segunda-feira (6/2) passou dos 6 mil, segundo informações dos países. Na Turquia, o número de mortos subiu para 4.544 e 20.534 ficaram feridos, conforme último balanço da Autoridade de Gestão de Desastres e Emergências. Já na Síria 1.712 pessoas perderam a vida, e 3.640 ficaram feridas, de acordo com os balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes

A ajuda internacional deve começar a chegar ainda nesta terça-feira (7/2) às zonas afetadas pelo terremoto e por seus tremores secundários. O primeiro abalo, na madrugada de segunda-feira, atingiu 7,8 graus de magnitude e foi sentido inclusive no Líbano, no Chipre e no norte do Iraque.

Na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan, decretou estado de emergência por três meses nas dez províncias do sudeste atingidas pelo terremoto.

  • Um homem reage com desespero enquanto as pessoas procuram sobreviventes nos escombros em Diyarbakir, na Turquia, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país, em 6 de fevereiro de 2023 ILYAS AKENGIN / AFP
  • Pessoas procuram sobreviventes nos escombros em Diyarbakir, na Turquia, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país, em 6 de fevereiro de 2023 ILYAS AKENGIN / AFP
  • Na Síria, moradores da cidade de Jandaris se aglomeram na rua após um prédio desabar em decorrência do terremoto de magnitude 7,8, que se originou na Turquia Rami al SAYED / AFP
  • Socorristas sírios (Capacetes Brancos) resgatam um homem ferido dos escombros de um prédio desabado após um terremoto, na cidade fronteiriça de Azaz, no norte controlado pelos rebeldes da província de Aleppo, no início de 6 de fevereiro de 2023. - Centenas foram supostamente mortos no norte da Síria após um terremoto de magnitude 7,8 que se originou na Turquia e foi sentido em países vizinhos. Bakr ALKASEM/AFP
  • Um homem observa as operações de busca e resgate realizadas nos escombros de um prédio desabado em Diyarbakir, na Turquia, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país, em 6 de fevereiro de 2023 ILYAS AKENGIN / AFP
  • Equipes de resgate turcas procuram vítimas e sobreviventes em meio aos escombros de um prédio que desabou em Adana, na Turquia, em 6 de fevereiro de 2023, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país. Can EROK / AFP
  • Um socorrista grita enquanto carrega um corpo encontrado nos escombros em Adana, na Turquia, em 6 de fevereiro de 2023, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país Can EROK / AFP
  • Moradores resgatam uma menina ferida dos escombros de um prédio que desabou após um terremoto na cidade de Jandaris, no interior da cidade de Afrin, no noroeste da Síria. O terremoto de magnitude 7,8 se originou na Turquia e foi sentido nos países vizinhos Rami al SAYED / AFP
  • Um homem sírio chora enquanto carrega seu filho que foi morto em um terremoto na cidade de Jandaris, no interior da cidade de Afrin, no noroeste da Síria. O terremoto de magnitude 7,8 se originou na Turquia e foi sentido nos países vizinhos Bakr ALKASEM / AFP
  • Moradores carregam uma criança ferida dos escombros de um prédio que desabou após um terremoto na cidade de Jandaris, no interior da cidade de Afrin, no noroeste da Síria. O terremoto de magnitude 7,8 se originou na Turquia e foi sentido nos países vizinhos Rami al SAYED / AFP
  • Um morador fica em frente a um prédio que desabou após um terremoto na cidade de Jandaris, no interior da cidade de Afrin, no noroeste da Síria. O terremoto de magnitude 7,8 se originou na Turquia e foi sentido nos países vizinhos Rami al SAYED / AFP

Ajuda internacional a caminho

As condições meteorológicas na região de Anatolia, na Turquia, dificultam os trabalhos de resgate e prejudicam as perspectivas dos sobreviventes, que se aquecem em barracas, ou ao lado de fogueiras improvisadas.

As primeiras equipes de socorristas internacionais serão da França e Catar e devem chegar à Turquia ainda nesta terça-feira (6). O contingente francês pretende chegar a Kahramanmaras, próximo ao epicentro do terremoto, uma região de acesso difícil e que sofre com a neve.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu "toda a ajuda necessária, seja qual for".

A China anunciou o envio de uma ajuda de US$ 5,9 milhões, que incluirá grupos especializados em resgate em áreas urbanas, além de equipamentos médicos e material de emergência.

Ao todo, 45 países ofereceram ajuda, de acordo com Erdogan. Entre eles estava a Ucrânia, que anunciou o envio de 87 socorristas para a Turquia, mesmo em guerra com a Rússia.

O pedido de ajuda do governo da Síria recebeu, por enquanto, resposta da Rússia, aliada de Damasco, que prometeu enviar equipes de emergência nas próximas horas. E 300 militares russos que já estavam na região ajudam nos resgates.

A Organização das Nações Unidas (ONU) também reagiu, mas insistiu que a ajuda deve chegar a toda a população síria, incluindo a parte que não está sob controle de Damasco. O Crescente Vermelho sírio fez um apelo para que a União Europeia (UE) retire as sanções contra o regime sírio para permitir o envio de ajuda.

Dormir ao relento

Os balanços de vítimas dos dois lados da fronteira não param de aumentar e, levando-se em consideração a magnitude da destruição, a tendência deve persistir.

Apenas na Turquia, as autoridades contabilizaram quase 5 mil imóveis desabados.

Além das condições já dramáticas, a queda da temperatura representa um risco adicional de hipotermia para os feridos e as pessoas bloqueadas nos escombros.

Na segunda-feira, foram registrados pelo menos 185 tremores secundários, além dos dois terremotos principais: um de 7,8 graus durante a madrugada (4H17), e outro, de 7,5 graus de magnitude, ao meio-dia.

Os tremores secundários prosseguiram durante a madrugada de terça-feira. O mais forte, de magnitude 5,5, aconteceu às 6h13 (0h13 de Brasília) a nove quilômetros de Gölbasi (sul da Turquia).

As autoridades turcas adaptaram ginásios, escolas e mesquitas para abrigar os sobreviventes. Mas, com medo de novos terremotos, muitos moradores preferiram passar a noite ao relento.

"Todo mundo está com medo", disse Mustafa Koyuncu, um homem de 55 anos que passou a noite com a esposa e os cinco filhos no carro da família em Sanliurfa (sudeste da Turquia).

Este foi o terremoto mais devastador na Turquia desde o registrado em 17 de agosto de 1999, que deixou 17 mil mortos, incluindo mil em Istambul.

*Com informações da Agence France Presse

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