TRAGÉDIA

Forte terremoto deixa mais de 1,5 mil mortos na Turquia e na Síria

Pelo menos 2.818 prédios desabaram com o tremor, o que sugere um número de vítimas muito maior

Agência France-Presse
postado em 06/02/2023 10:13 / atualizado em 06/02/2023 13:36
 This aerial view shows residents, aided by heavy equipment, searching for victims and survivors amidst the rubble of collapsed buildings following an earthquake in the village of Besnia near the twon of Harim, in Syrias rebel-held noryhwestern Idlib province on the border with Turkey, on February 6, 2022. - Hundreds have been reportedly killed in north Syria after a 7.8-magnitude earthquake that originated in Turkey and was felt across neighbouring countries. (Photo by Omar HAJ KADOUR / AFP)        -  (crédito: Omar Haj Kadour/AFP)
This aerial view shows residents, aided by heavy equipment, searching for victims and survivors amidst the rubble of collapsed buildings following an earthquake in the village of Besnia near the twon of Harim, in Syrias rebel-held noryhwestern Idlib province on the border with Turkey, on February 6, 2022. - Hundreds have been reportedly killed in north Syria after a 7.8-magnitude earthquake that originated in Turkey and was felt across neighbouring countries. (Photo by Omar HAJ KADOUR / AFP) - (crédito: Omar Haj Kadour/AFP)

Diyarbakir, Turquia- Mais de 1.500 pessoas morreram, e milhares ficaram feridas por um devastador terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria, nesta segunda-feira (6/2), com tremores sentidos até na Groenlândia.

Na Turquia, onde foi registrado o epicentro do terremoto, pelo menos 912 pessoas morreram e quase 5.400 ficaram feridas, segundo o último balanço divulgado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan. Pelo menos 2.818 prédios desabaram com o tremor, o que sugere um número de vítimas muito maior.

Na vizinha Síria, o terremoto provocou ao menos 592 mortes: 371 pessoas morreram, e 1.089 ficaram feridas em áreas controladas pelo governo, enquanto as buscas sob os escombros ainda estão em andamento, segundo o Ministério da Saúde sírio citado pela agência oficial de notícias SANA.

Os Capacetes Brancos, que operam nas áreas controladas pelos rebeldes na Síria, disseram que houve pelo menos 221 mortos e 419 feridos nesses setores.

O tremor foi sentido às 4h17 (22h17 de domingo, no horário de Brasília) e ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

O epicentro foi localizado no distrito de Pazarcik, na província de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, a cerca de 60 km da fronteira com a Síria.

Um novo terremoto de magnitude 7,5 atingiu a região às 13h24 (7h24 no horário de Brasília), quatro quilômetros a sudeste da cidade de Ekinozu, de acordo com o USGS. Também houve cerca de 50 tremores secundários, de acordo com Ancara.

Os tremores do terremoto foram sentidos até a Groenlândia, de acordo com o Instituto Geológico Dinamarquês.

É muito provável que o saldo aumente rapidamente, levando-se em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia.

Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas.

"Minha irmã e seus três filhos estão sob os escombros. Também seu marido, seu sogro e sua sogra. Sete membros da nossa família estão sob os escombros", disse à AFP Muhittin Orakci, ao testemunhar as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas em Diyarbakir.

"A irmã dele ainda está sob os escombros", disse uma mulher, apontando para outra vítima inconsolável na mesma cidade.

 

  • Vista aérea de conjunto de residências nas proximidades de Harim, na Síria Omar Haj Kadour/AFP
  • Membros da defesa civil síria carregam uma mulher ferida após resgatá-la dos escombros de um prédio desabado após um terremoto na Aleppo controlada pelo governo em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria no início de 6 de fevereiro, matando centenas de pessoas enquanto dormiam, derrubando edifícios e enviando tremores que foram sentidos até a ilha de Chipre, Egito e Iraque. Caption AFP
  • Membros da defesa civil síria, conhecidos como Capacetes Brancos, transportam uma vítima do terremoto para um hospital perto da passagem de Bab al-Hawa, controlada pelos rebeldes da Síria, para a Turquia, em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria em fevereiro 6, matando centenas de pessoas enquanto dormiam, destruindo prédios e enviando tremores que foram sentidos até na ilha de Chipre e no Egito. AFP
  • Um homem procura sobreviventes sob os escombros de um prédio que desabou após um terremoto na cidade de Aleppo, controlada pelo regime, no norte da Síria, em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria no início de 6 de fevereiro, matando centenas de pessoas enquanto dormiam, nivelando prédios e enviando tremores que foram sentidos tão longe quanto a ilha de Chipre, Egito e Iraque. AFP
  • Equipes de resgate procuram sobreviventes sob os escombros de um prédio desabado após um terremoto na cidade de Aleppo, controlada pelo regime, no norte da Síria, em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria no início de 6 de fevereiro, matando centenas de pessoas enquanto dormiam, nivelando prédios e enviando tremores que foram sentidos tão longe quanto a ilha de Chipre, Egito e Iraque. AFP
  • Espectadores assistem enquanto equipes de resgate procuram sobreviventes sob os escombros de um prédio desabado após um terremoto na cidade de Aleppo, controlada pelo regime, no norte da Síria, em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria no início de 6 de fevereiro, matando centenas de pessoas enquanto dormiam, destruindo prédios e provocando tremores que foram sentidos até na ilha de Chipre, Egito e Iraque. Caption AFP
  • Equipes de resgate sírias procuram sobreviventes sob os escombros após um terremoto de magnitude 7,8 na cidade de Hama, controlada pelo governo, no centro da Síria, em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria no início de 6 de fevereiro, matando centenas de pessoas. eles dormiram, derrubando prédios e enviando tremores que foram sentidos até a ilha de Chipre, Egito e Iraque. Caption AFP
  • Equipes de resgate sírias procuram sobreviventes sob os escombros após um terremoto de magnitude 7,8 na cidade de Hama, controlada pelo governo, no centro da Síria, em 6 de fevereiro de 2023. - Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria no início de 6 de fevereiro, matando centenas de pessoas. eles dormiram, derrubando prédios e enviando tremores que foram sentidos até a ilha de Chipre, Egito e Iraque. AFP

- Aeroportos bloqueados -

Por questões de segurança, o gás foi cortado em toda a região, devido a tremores secundários que poderiam gerar explosões.

O Curdistão iraquiano informou que suspenderá as exportações de petróleo através da Turquia como precaução.

Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, que causou 17.000 mortes, mil delas em Istambul.

Segundo o vice-presidente turco, Fuat Oktay, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram o tráfego em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, constatou a AFP.

"Ouvimos vozes aqui e ali. Achamos que talvez 200 pessoas estejam entre os escombros", disse uma equipe de resgate em Diyarbakir, de acordo com uma transmissão da NTV.

Algumas imagens na televisão turca e nas redes sociais mostram pessoas assustadas, de pijama, vagando pela neve, enquanto observam equipes de resgate vasculhando os escombros de suas casas.

Enquanto isso, a televisão estatal síria relatou o desabamento de um prédio perto de Latakia, na costa oeste do país.

A mídia pró-governo informou que vários prédios desabaram parcialmente em Hama, no centro da Síria, onde bombeiros e equipes de resgate tentavam resgatar um sobrevivente dos destroços.

O chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, Raed Ahmed, disse à rádio oficial que este foi, "historicamente, o maior terremoto já registrado".

O terremoto provocou cenas de pânico. Muitos moradores saíram às ruas, apesar da chuva torrencial.

Os Capacetes Brancos disseram que a situação é "catastrófica" e pediram às organizações humanitárias internacionais para "intervir rapidamente" para ajudar a população local.

- Ajuda internacional -

O presidente turco, cuja forma de lidar com essa tragédia pesará muito nas disputadas eleições de 14 de maio, pediu união nacional.

"Esperamos sair juntos desta catástrofe, o mais rápido possível e com o menor dano possível", tuitou.

A União Europeia (UE) e muitos de seus países-membros anunciaram o envio de ajuda e equipes de resgate. O mesmo foi feito por Estados Unidos, Israel, Índia e Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, enviou suas condolências aos líderes turco e sírio e se ofereceu para "fornecer a ajuda necessária" da Rússia após esta tragédia.

O Azerbaijão, país próximo da Turquia, anunciou o envio imediato de 370 socorristas, segundo a agência oficial de notícias turca.

A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.

Especialistas alertam há muito tempo que um grande terremoto poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções.

Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu Elazig em janeiro de 2020, matando mais de 40 pessoas. Em outubro desse mesmo ano, outro de magnitude 7,0 sacudiu o Mar Egeu, deixando 114 mortos e mais de 1.000 feridos.

Notícias no celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

 

 

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Caso tenha alguma dificuldade ao acessar o link, basta adicionar o número (61) 99666-2581 na sua lista de contatos.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE