O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, disse neste domingo (29) que a Alemanha não vai enviar aviões de combate à Ucrânia, apesar dos pedidos de Kiev ao Ocidente.
Scholz concordou na quarta-feira em enviar 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia e permitir que outros países europeus enviem os seus, após semanas de intensos debates e pressão dos aliados.
"Só posso aconselhar a não entrar em uma guerra constante de ofertas quando se trata de sistemas de armamento", disse Scholz em entrevista ao jornal Tagesspiegel.
"Sim, assim que foi tomada uma decisão [sobre os tanques], inicia-se o debate seguinte na Alemanha. Isso não parece sério e mina a confiança dos cidadãos nas decisões do governo", acrescentou.
A decisão de Scholz de dar luz verde ao envio dos veículos de combate foi acompanhada do anúncio dos Estados Unidos de que enviaria 31 veículos Abrams.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu a Berlim e Washington pela decisão, considerada um grande avanço nos esforços para apoiar o país devastado pela guerra.
Mas Zelensky disse imediatamente que a Ucrânia precisava de mais armamento pesado dos aliados da Otan para se defender das tropas russas, inclusive aviões de combate e mísseis de longo alcance.
Na entrevista, Scholz advertiu que não se deve aumentar "o risco de escalada", visto que a Rússia já tinha condenado duramente as promessas dos tanques.
"Não há guerra entre a Otan e a Rússia. Não vamos permitir tal escalada", assegurou, afirmando que é "necessário" continuar dialogando com o presidente russo, Vladimir Putin.
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