A VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) foi inaugurada nesta terça-feira (24) pelo presidente argentino, Alberto Fernández, com um discurso forte, no qual acusou a "direita reacionária e fascista" de ameaçar a democracia na região.
"Temos que trabalhar para garantir e fortalecer a institucionalidade da nossa região (...) A democracia está definitivamente em risco. Depois da pandemia, estamos vendo como setores da extrema direita se levantaram e ameaçam cada um dos nossos povos”, afirmou.
"Não podemos permitir que essa direita reacionária e fascista coloque em risco a institucionalidade dos povos”, continuou, referindo-se em particular ao ataque contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele também se referiu à tentativa de assassinato da vice-presidente argentina Cristina Kirchner no ano passado, cujas motivações ainda são desconhecidas.
Fernández também pediu aos líderes presentes que aplaudissem o presidente Lula, cuja presença marca o retorno do Brasil à CELAC. Por decisão de Bolsonaro, o país não participou nos últimos anos deste fórum de concertação regional, que reúne 33 nações.
A participação do Brasil na CELAC foi suspensa em 2020. Segundo o ex-presidente, grande crítico da esquerda, a cúpula deu destaque a regimes não democráticos como os da Venezuela, Cuba, Nicarágua.
Consequentemente, o Brasil não participou da sexta cúpula em 2021, no México. Ao citar Cuba e Venezuela, Fernández pediu "o fim dos bloqueios", que são "um método perverso de sancionar não os governos, mas os povos".
“Cuba sofre um bloqueio há mais de seis décadas e o mesmo ocorre com a Venezuela”, acrescentou, sob o olhar atento do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.
Por outro lado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não compareceu ao encontro na Argentina. Em uma tentativa de interrogá-lo caso visitasse o país, organizações civis e particulares denunciaram o líder venezuelano perante a Justiça argentina por violação de direitos humanos.
Maduro tinha um encontro agendado para segunda-feira com Lula, que manteve na agenda a reunião com o cubano Díaz-Canel para esta terça-feira no âmbito da CELAC.
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