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Lima, no Peru, tem grande mobilização policial diante de novos protestos

O aeroporto de Arequipa, a segunda maior cidade do Peru, suspendeu suas operações por motivos de segurança

As autoridades do Peru implementaram uma grande operação de segurança em Lima diante da chegada de milhares de peruanos das zonas rurais para protestar, nesta quinta-feira (19/1), em Lima contra a presidente Dina Boluarte, em meio a um ambiente de tensão após a morte de mais um manifestante no sul do país.

A polícia mobilizou "11.800 policiais nas ruas para controlar os tumultos", disse o chefe da Região Policial de Lima, general Víctor Zanabría. "Contamos com mais de 120 caminhões e 49 viaturas militares, além da participação das forças armadas. A polícia está em alerta máximo", acrescentou.

Nesta quinta, foi anunciada a morte de um segundo manifestante, que horas antes levou um tiro no tórax quando protestava em Macusani, região de Puno, informou a Defensoria do Povo à AFP.

Um mulher já havia morrido na quarta-feira baleada nos protestos de Macusani, onde uma multidão incendiou uma delegacia e uma sede do Poder Judicial. Com esta morte, sobe para 44 o número de óbitos desde o início da crise, em 7 de dezembro.

Policiais foram resgatados de helicóptero para salvarem suas vidas durante o ataque à delegacia, disse o canal de televisão N, sem mostrar imagens.

Nas regiões de Puno, Huánuco e Tacna, centenas de camponeses foram às ruas. Em Lima, pequenas marchas partiram de diferentes pontos até convergir em um determinado ponto da capital para uma passeata que deve percorrer cerca de 20 km pela cidade.

O aeroporto de Arequipa, a segunda maior cidade do Peru, suspendeu suas operações por motivos de segurança. O serviço ferroviário entre Cusco e a cidadela inca Machu Picchu, joia do turismo peruano, também foi suspenso, indicou a operadora.

"Tomar Lima" 

Os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte e novas eleições no Peru. Esperam "tomar Lima" e causar impacto.

"Em Lima, a luta terá mais peso. Quando nos reprimem nas nossas regiões, ninguém fala nada", disse Abdon Félix Flores, de 30 anos, camponês que se diz pronto "para dar a vida". Ele deixou Andahuaylas no domingo, epicentro das manifestações de dezembro, para chegar a Lima na terça-feira.

Até o momento, não foi possível saber exatamente o alcance da manifestação e quantas pessoas chegaram a Lima.

Antes das mortes em Macusani, o secretário-geral da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP) deu uma coletiva de imprensa.

"As marchas vão continuar. Todas as regiões do país disseram que não voltarão a seus lugares de origem enquanto Dina Boluarte não renunciar", declarou à AFP Gerónimo López, líder sindical que convocou a greve.

Embora o governo tenha decretado estado de emergência por 30 dias no domingo em Lima, Cuzco, Callao e Puno, López disse que os organizadores não solicitaram autorização para a manifestação.

"Não há autorização da polícia. Nunca se pede autorização para uma manifestação social, não é uma obrigação que nos autorizem", afirmou, apesar de o estado de emergência suspender as liberdades de reunião e de circulação, além de permitir a intervenção do Exército para manter a ordem.

O Peru vive intensos protestos desde que o presidente esquerdista Pedro Castillo foi deposto pelo Congresso e preso em 7 de dezembro, após uma tentativa fracassada de autogolpe de Estado, quando tentou fechar o Parlamento, governar por decretos e convocar uma Assembleia Constituinte.

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