O governo do Chile rejeitou nesta quarta-feira (18/1) a construção do projeto de mineração e portuário Dominga por seu impacto no meio ambiente. Seria erguido em uma rica reserva marítima no norte do país.
"Temos certeza de que aqui foi tomada uma definição robusta, rastreável, baseada em evidência técnicas", disse a ministra do Meio Ambiente, Maisa Rojas, ao comunicar a decisão unânime do Conselho de Ministros do governo do presidente Gabriel Boric. A proposta contemplava um investimento em torno de US$ 2,5 bilhões.
O projeto de extração de ferro e cobre na pobre cidade de La Hihuera, no norte do Chile, ameaça um arquipélago intocado. A área é refúgio de 80% da população mundial de pinguins-de-Humboldt, uma espécie que corre risco de extinção.
Além das aves, o lugar é abrigo dos chugungos — menor lontra do mundo —, centenas de leões marinhos e golfinhos nariz-de-garrafa.
O projeto da companhia Andes Iron envolve a mineração a céu aberto de uma jazida de ferro e cobre, assim como a construção de uma estação de tratamento e depósitos, uma usina de dessalinização de água e um porto de carga de minerais.
"O porto está localizado em um local com um valor ecológico absolutamente único", enfatizou Rojas para justificar uma decisão do governo Boric, que se declarou contra a construção ao assumir o poder em março de 2022.
Dominga entrou no sistema técnico de avaliação ambiental há uma década. Em 2017, o Comitê de Ministros do governo socialista de Michelle Bachelet rejeitou o projeto, mas a Suprema Corte ordenou uma nova avaliação.
A polêmica que envolve o projeto cresceu em 2021, quando atingiu o ex-presidente de direita Sebastián Piñera (2010-2014; 2018-2022). O ex-líder apareceu ligado a possíveis irregularidades na venda da mineradora, segundo a investigação chamada "Pandora Papers".
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!