"Messina Denaro conseguiu escapar da polícia por 30 anos. Ele tinha muitas pessoas em seu território o protegendo. Também manteve representantes em instituições do Estado que o ajudaram. Por fim, aqueles que o caçavam não eram bons o suficiente. Até recentemente, as investigações foram muito malfeitas, e quase sempre os investigadores travavam uma guerra de vaidade entre eles, ao invés de se unirem na caçada ao chefe da Costa Nostra."
Giacomo Di Girolamo, jornalista especialista em máfia italiana e autor de L'Invisible, a primeira biografia de Messina Denaro
"Depois da prisão de Matteo Messina Denaro, há mais perguntas do que respostas. Foram 30 anos de fuga, enquanto o Estado inteiro o caçava. Uma fuga tão longa somente seria possível com importantes cúmples. Gente que o ajudou e o protegeu. Messina Denaro é o último chefe que conhece os segredos do chamado pacto Máfia-Estado e da temporada de massacres, quando parecia que a Máfia venceria e alguém fez acordos para pôr fim à temporada de ataques à bomba. Quem foram os mandantes? Que pactos foram feitos? Essas questões dizem respeito à história recente da Itália. Talvez nem mesmo com a prisão dele conheceremos a verdade."
Sergio Nazzaro, escritor e jornalista especializado em crime organizado na Itália
"Quando as pessoas faram sobre a Máfia, imaginam que uma organização criminosa única e militarizada ainda exista, como aquela construída por Totò Riina e herdada por Bernardo Provenzano e Matteo Messina Denaro. A veridade é que há algum tempo, essa organização única, que chegou à presunção de desafiar o Estado, não mais existe. O tráfico de drogas é uma atividade presente, mas está dependente de outros grupos (não apenas da Ndragheta e da Camorra, mas dos cartéis mexicanos e colombianos. Soma-se a isso a tentativa de taxar todas as atividades comerciais, como por meio do pizzo (dinheiro de proteção) e do controle da prostituição. Embora presentes, essas atividades são esgarçadas, não mais formam um sistema."
