A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou preocupação pela deterioração generalizada da segurança alimentar na região africana do Sahel, que sofreu o impacto direto da guerra na Ucrânia, e hoje conta com mais de cinco milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar "grave".
Segundo o comunicado do secretário-geral da ONU, apresentado nesta terça-feira (10/01) no Conselho de Segurança, "a crise alimentar que atinge o Sahel foi agravada pela escassez de trigo e fertilizantes provocada pelos conflitos na Ucrânia, a insegurança alimentar regional e o crescente impacto das mudanças climáticas", explicou.
O resultado é que "mais de 18,6 milhões de pessoas se encontram em uma situação de insegurança alimentar grave, ou seja, mais 5,6 milhões de pessoas" do que no relatório anterior de junho de 2022.
Deste contingente, "2,1 milhões de pessoas estão em níveis críticos", analisa o relatório semestral sobre a situação da África Ocidental e Sahel, que destaca que os países mais afetados são Burkina Faso, Níger e Nigéria.
Em geral, a situação humanitária, "particularmente no centro do Sahel, segue sendo catastrófica, agravada pela alta dos preços dos alimentos e da eletricidade, assim como pelas mudanças climáticas, que acarretam fortes chuvas, inundações e contaminação da água", ressalta o texto que expressa preocupação com o "acesso humanitário limitado" devido à instabilidade na região, o que isola pessoas em maior vulnerabilidade de terem "assistência crucial".
Junto à situação humanitária, a insegurança na região "continua a se deteriorar", especificamente em Burkina Faso e no Mali.
A região central do Sahel enfrenta desafios "sem precedentes" para além da insegurança e ajuda humanitária, mas de instabilidade sociopolítica, agravada pelas mudanças climáticas e pela insegurança alimentar exacerbada pelo conflito na Ucrânia, resumiu Giovanie Biha, representante especial da ONU para a África Ocidental e Sahel, ao Conselho de Segurança.
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