O príncipe Harry afirmou que sua mãe, a princesa Diana, teria ficado "arrasada" com o conflito entre ele e seu irmão, o príncipe William.
Harry deu a declaração durante uma entrevista ao programa Good Morning America, da rede de televisão americana ABC News.
Para ele, Diana "teria ficado triste com as discussões". O príncipe disse que o conflito teria sido alimentado pela imprensa de celebridades.
Segundo ele, antes da reconciliação com o irmão e o restante da família real britânica deve haver "responsabilidade".
Ele também descartou um retorno ao Reino Unido como membro da família real. Uma volta à vida seria "insustentável", disse ele ao apresentador Michael Strahan.
"Isso é muito triste, porque basicamente está quebrando o relacionamento entre nós", disse o monarca, em uma entrevista sobre seu livro de memórias, Spare.
Na obra, ele fala sobre o legado traumático da morte de sua mãe em um acidente de carro em 1997.
E diz que Diana agora ficaria triste ao ver a disputa entre os filhos, com o príncipe Harry vendo William como seu "arqui-inimigo".
Ele também acusa seu "amado irmão" de tê-lo agredido fisicamente anos atrás.
"Acho que ela estaria olhando para isso a longo prazo para saber que há certas coisas pelas quais precisamos passar para poder curar o relacionamento", disse ele, na entrevista.
Harry também falou sobre seu relacionamento com Camilla, a Rainha Consorte e esposa do Rei Charles, dizendo que ele e a madrasta não se falavam há muito tempo, mas que não a considera uma "madrasta má".
O príncipe Harry disse que tinha compaixão por Camila como a "terceira pessoa no casamento de meus pais".
"Ela tinha uma reputação e uma imagem para reabilitar. E quaisquer que fossem as conversas, quaisquer que fossem os negócios ou negociações feitas logo no início, ela era levada a acreditar que seria a melhor maneira de fazer isso", disse ele ao programa de notícias americano.
Essas alegações, apresentando a visão do príncipe Harry sobre os eventos, até agora não atraíram uma resposta do Palácio de Buckingham.
Em entrevista à ITV no domingo, o príncipe acusou a família real britânica de não defender sua esposa, Meghan.
Números de audiência mostraram que a entrevista dada por ele atingiu 4,1 milhões de pessoas no Reino Unido, atrás do programa Call the Midwife e Happy Valley, que teve mais de 5 milhões de espectadores naquela noite.
Na entrevista, o príncipe Harry afirmou que a reação da família real sobre uma coluna do jornalista Jeremy Clarkson a respeito de Meghan foi um "silêncio ensurdecedor".
O artigo de Clarkson, publicado no jornal The Sun, afirmava que o colunista estava "sonhando com o dia em que Meghan seria obrigada a desfilar nua pelas ruas de todas as cidades da Grã-Bretanha enquanto a multidão gritava 'Vergonha!' e jogar pedaços de excremento nela".
Mais tarde retirado do ar pelo Sun e gerando um pedido de desculpas do jornal e de Clarkson, o artigo foi descrito pelo príncipe como "horrível, doloroso e cruel com minha esposa".
"O mundo está pedindo algum tipo de comentário da monarquia. Mas o silêncio é ensurdecedor. Para dizer o mínimo", disse.
Ele também disse acreditar que os estereótipos sobre Meghan - como uma "atriz americana, divorciada, birracial" - foram uma barreira para o príncipe William e Kate "recebê-la" na família.
"Muito rapidamente tornou-se Meghan versus Kate", disse ele sobre como o relacionamento foi apresentado na mídia britânica. Segundo ele, "quase desde o início as cunhadas não se deram bem".
O príncipe Harry também acusou a família real de "ir para a cama com o diabo" para melhorar sua própria imagem - que ele associou às relações entre "certos membros da família e os tabloides".
No período de divulgação de seu livro, o príncipe também deu uma entrevista a Anderson Cooper no tradicional programa 60 minutos, na CBS News.
No programa, ele também falou sobre Camilla, a rainha consorte, e seu relacionamento com a mídia.
Cooper perguntou ao duque sobre os comentários que ele fez em suas memórias, sugerindo que Camilla seria "menos perigosa" se fosse feliz.
O príncipe Harry disse que a necessidade de Camilla de "reabilitar sua imagem" e sua "vontade" de forjar relacionamentos com a imprensa britânica a tornaram perigosa.
"E como essa é uma família construída na hierarquia, e como ela estava a caminho de ser rainha consorte, haveria pessoas ou corpos deixados na rua por causa disso."
Na entrevista da ITV, Harry retomou o assunto tratado em uma entrevista dada por ele à apresentadora Oprah Winfrey, em 2021, quando afirmou que um membro da família real havia levantado questões sobre a cor da pele de seu futuro filho.
Ele novamente não deu o nome do indivíduo - e sugeriu que poderia ter sido um caso de "viés inconsciente" e não de racismo.
Questionado se a pergunta sobre a cor da pele era racista, ele respondeu: "Não".
Ele negou ter acusado membros da família real de racismo na entrevista para Oprah, dizendo que foi "a imprensa britânica quem disse isso".
O príncipe Harry fez repetidas críticas à imprensa de celebridades, dizendo que era o "trabalho de sua vida" mudar o cenário da mídia.