A presidente do Peru, Dina Boluarte, lamentou neste sábado (28/1) a rejeição do Congresso ao adiantamento das eleições para este ano e pediu ao Poder Legislativo que deixasse de lado seus interesses pessoais e partidários para "abrir o caminho para uma saída da crise".
"Lamentamos que o Congresso da República não tenha conseguido chegar a um acordo para definir a data das de eleições gerais, nas quais peruanas e peruanos possam escolher livre e democraticamente as novas autoridades", escreveu Boluarte no Twitter.
"Exortamos as bancadas a deixarem de lado os seus interesses partidários e a priorizarem os interesses do Peru", acrescentou a presidente, em sua primeira reação desde que o Parlamento fracassou, na madrugada deste sábado, na ideia de antecipar as eleições gerais para este ano como ela mesmo havia pedido na sexta-feira.
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A proposta apresentada pelo congressista fujimorista Hernando Guerra García, do partido de direita Fuerza Popular (FP), foi derrotada por 65 votos a 45, por isso está mantido o projeto de realizar o pleito em abril de 2024.
Boluarte tinha pedido ontem que as eleições fossem adiantadas para dezembro deste ano, como uma forma de sair mais rápido do "atoleiro" em que o país se encontra, com bloqueios de estradas, escassez de mantimentos e episódios de violência em diferentes regiões do Peru.
A esquerda, no entanto, insistiu que a proposta também deveria incluir um referendo sobre a Assembleia Constituinte, que é rechaçada por um amplo espectro da política peruana, e outros partidos denunciaram uma suposta manobra para tirar proveito eleitoral por parte do Fuerza Popular, legenda da ex-candidata presidencial Keiko Fujimori.
O projeto votado na madrugada deste sábado será submetido à reconsideração do Congresso na segunda-feira, a pedido do fujimorismo, mas os analistas consideram improvável uma reversão do resultado.
Boluarte descarta renunciar, mas garante que não tem o interesse de se aferrar ao poder. Ela tomou posse em 7 de dezembro, quando, como vice-presidente, substituiu Pedro Castillo, que foi destituído pelo Congresso após uma tentativa de fechar o parlamento e governar por decreto.
Desde então, diversas partes do país, em especial o sul andino, lar de comunidades quíchuas e aimarás historicamente marginalizadas, permanecem em pé de guerra exigindo a renúncia de Boluarte e a realização de eleições.
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