O presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, reiterou nesta terça-feira, 24, sua decisão de negociar um acordo comercial com a China, uma preocupação do governo brasileiro pelo potencial de enfraquecer o Mercosul. Na quarta-feira, Lacalle Pou, que chamou o bloco de "protecionista", receberá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Montevidéu. O petista tentará convencer o líder uruguaio a priorizar o Mercosul.
"O Uruguai tomou uma decisão de avançar com a China para um acordo de livre-comércio bilateral. Se é junto com a permanência do Mercosul, melhor", disse Lacalle Pou a jornalistas em meio às reuniões da VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontece nesta terça-feira em Buenos Aires.
Lacalle Pou afirmou que se o Mercosul tiver uma proposta para superar a da China, "melhor". Ele não deixou claro, contudo, se isso significaria condições comerciais melhores dentro do Mercosul ou uma ideia para aprimorar o tratado em negociação com o país asiático. "O Uruguai está aberto para o mundo. O Mercosul é a quinta região mais fechada do planeta", seguiu o presidente uruguaio. "Vamos ouvir o que Lula tem a dizer".
Na segunda feira, 23, durante coletiva de imprensa dos ministros Fernando Haddad e Sérgio Massa, o chefe da economia argentina chegou a chamar o Uruguai de "irmão menor", dizendo que o país por ser pequeno precisa ser cuidado, como todo irmão mais novo, considerando que Brasil e Argentina seriam os irmãos responsáveis pelo país vizinho. O presidente Uruguai não gostou da declaração e chamou de opinião de Massa de "Disneylândia".
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