Policiais e manifestantes entraram em confronto neste sábado (14), durante um protesto que contou com a presença da ativista ambiental Greta Thunberg, contra a expansão de uma mina de carvão a céu aberto em Lützerath, no oeste da Alemanha.
Na manifestação, que reuniu cerca de 35 mil pessoas, segundo os organizadores, centenas de militantes tentaram entrar em áreas restritas de uma mina de lignito localizada no oeste do país, informaram as forças de segurança.
A polícia chegou a se pronunciar no Twitter pedindo para que as pessoas "saiam desta área imediatamente!".
Jornalistas da AFP chegaram a testemunhar confrontos entre grupos de manifestantes e policiais, contra quem foram lançados sinalizadores e outros artefatos. A mídia noticiou que pedras foram atiradas.
Nas imagens televisionadas, uma fileira de agentes com equipamento reforçado como capacetes e escudos, protegia as margens de um fosso profundo do qual os ativistas se aproximavam.
As forças de segurança também resguardavam o acesso ao município de Lützerath, bloqueado por grades e ocupado por dezenas de protestantes que vêm sendo evacuados pela polícia desde o início das manifestações.
O protesto foi organizado em apoio aos ativistas que ocupam o local abandonado e foi liderado simbolicamente por Thunberg.
- Não sacrificar o clima -
O plano criticado prevê que o trecho localizado na bacia do rio Reno entre Düsseldorf e Colônia seja removido para que se possa ampliar a mina de lignito operada pela empresa alemã de energia RWE.
"É uma vergonha que o governo alemão firme acordos e compromissos com empresas como a RWE", declarou Thunberg de uma tribuna.
"O carvão de Lützerath deve permanecer no solo", proclamou diante dos manifestantes, pedindo para que não se sacrifique o clima às custas do "crescimento a curto prazo e da ganância empresarial".
As forças de segurança retomaram a desocupação do acampamento no início da manhã de sábado. Até a noite de sexta-feira (13), entre 20 e 40 ativistas permaneciam no local, disse à AFP um porta-voz do movimento.
A operação, que já dura vários dias, mobilizou reforço militar de toda a Alemanha e até o momento, 470 protestantes deixaram o local, segundo a imprensa alemã.
O movimento foi apoiado por outros protesto em todo o país. Na sexta-feira, ativistas mascarados incendiaram contêineres e pintaram slogans nos escritórios do partido alemão Os Verdes, em Berlim.
O grupo político, que faz parte da coalizão com os social-democratas do chanceler Olaf Scholz e o Partido Democrático Liberal, é alvo de duras críticas de alguns ativistas que o acusam de traição por ter assinado um acordo com a RWE que permite a exploração em Lützerath, onde habitantes foram expropriados há muitos anos.
O Poder Executivo alemão considera necessária a extensão da mina para garantir a segurança energética da Alemanha, compensando a interrupção do abastecimento de gás russo, razão que os protestantes rejeitam, alegando que as atuais reservas de lignito são suficientes.
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