Ucrânia

Rússia volta a substituir comandante de tropas na Ucrânia

Em um comunicado, o Ministério da Defesa nomeou Guerasimov como "comandante do agrupamento de tropas" destacadas na Ucrânia, substituindo Serguei Surovikin

Correio Braziliense
postado em 12/01/2023 06:00
 (crédito: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP)
(crédito: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP)

A Rússia voltou a substituir o comandante de sua ofensiva na Ucrânia, nomeando agora o general Valeri Guerasimov, chefe do Estado-Maior da Forças Armadas russas. Em um comunicado, o Ministério da Defesa nomeou Guerasimov como "comandante do agrupamento de tropas" destacadas na Ucrânia, substituindo Serguei Surovikin, que tinha assumido o cargo em novembro passado.

"O aumento do nível de comando da operação especial (na Ucrânica) está associado à ampliação na escala das missões a serem realizadas e à necessidade de uma interação mais próxima entre os componentes das forças armadas", explicou a pasta. O novo comandante também terá ao seu lado os generais Serguei Surovikin, Oleg Saliukov e Alexei Kim. O reposicionamento ocorre depois de derrotas diante das ofensivas ucranianas de Kharkiv (nordeste) e Kherson (sul). 

A cidade ucraniana de Soledar (leste) continua sendo cenário de "intensos combates" entre as forças de Moscou e de Kiev , em um momento em que a Rússia tenta reverter o curso do conflito. "Tudo o que acontece em Bakhmut ou Soledar faz parte das cenas mais sangrentas desta guerra", disse à agência France-Presse Mikhailo Podoliak, conselheiro da Presidência ucraniana. 

Os combates "prosseguem" em Soledar, o front "se mantém", afirmou presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. "Fazemos o possível para reforçar a nossa defesa, sem nenhuma pausa, nem sequer por um dia", acrescentou. Soledar, outrora conhecida por suas minas de sal, tem sido alvo de uma ofensiva russa há semanas. A cidade, que antes do conflito tinha cerca de 10 mil habitantes, fica perto de Bakhmut, um local da região de Donetsk que os russos tentam conquistar há meses.

O grupo paramilitar russo Wagner, formado em grande parte por mercenários, anunciou a tomada desta pequena localidade, que está totalmente devastada pela guerra. Mas a afirmação foi desmentida pelos militares ucranianos e pelo Exército russo. A tomada de Soledar significaria uma vitória militar simbólica para Moscou, após vários reveses das tropas russas no terreno desde setembro. "Estão sendo travados intensos combates em Soledar", afirmou a vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar, por meio do Twitter. Os russos tentaram "romper a defesa" ucraniana e "capturar completamente a cidade, mas sem sucesso".

O Ministério da Defesa russo informou, em nota, que suas tropas aerotransportadas "bloquearam as zonas norte e sul de Soledar". "As forças russas atacam, neste momento, os redutos inimigos. Forças de assalto estão lutando na cidade", destacou. O governo russo se mostrou prudente sobre a situação no terreno. "Não é preciso ter pressa. Esperemos as declarações oficiais", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acrescentando que havia "uma dinâmica positiva no avanço" das forças russas. Segundo Podoliak, as perdas militares de Moscou são "enormes".

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