CRIME

Policial é morto queimado dentro de viatura em protestos no Peru

José Luis Soncco Quispe, de 29 anos, fazia uma patrulha com um colega policial em Juliaca, uma cidade perto da fronteira com a Bolívia e o Lago Titicaca

Agência Estado
postado em 11/01/2023 15:24 / atualizado em 12/01/2023 11:51
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Um policial em patrulha foi atacado e queimado até a morte por manifestantes na região de Puno, no Peru, quando o número de mortos em manifestações após a deposição do ex-presidente Pedro Castillo subiu para 47, disseram autoridades na terça-feira, 10.

José Luis Soncco Quispe, de 29 anos, fazia uma patrulha com um colega policial em Juliaca, uma cidade perto da fronteira com a Bolívia e o Lago Titicaca, na noite de segunda-feira, quando foram atacados por uma multidão que depois ateou fogo em seu veículo, de acordo com relatórios da polícia.

O parceiro de Soncco na viatura, Ronald Villasante Toque, disse que eles foram "detidos e agredidos fisicamente por cerca de 350 manifestantes", segundo os relatórios.

Villasante foi levado a um hospital em Lima com vários ferimentos na cabeça após ser espancado. Ele disse que não sabia o que estava acontecendo com seu parceiro.

O primeiro-ministro Alberto Otárola confirmou a morte de Soncco em uma sessão do Congresso, dizendo que os homens foram atacados por manifestantes.

"A polícia chegou ao local e descobriu que um policial havia sido espancado e amarrado, e o outro, Luis Soncco Quispe, infelizmente havia morrido", disse ele. "Ele foi queimado vivo em sua viatura."

Otárola anunciou toque de recolher de três dias, a partir das 20h e até às 4h em Puno, e um dia de luto pelos mortos nesta quarta-feira, 11.

A Ouvidoria do Peru disse que desde o início dos protestos no início de dezembro, após a demissão de Castillo, 39 civis foram mortos em confrontos com a polícia e outros sete morreram em acidentes de trânsito, além do policial assassinado.

A morte do policial ocorreu após o assassinato de 17 pessoas na segunda-feira em Juliaca, quando os protestos em busca de eleições imediatas recomeçaram em áreas rurais negligenciadas do país ainda leais a Castillo.

A agitação começou após a remoção e prisão de Castillo após uma tentativa amplamente condenada de dissolver o Congresso e impedir seu próprio impeachment.

A sucessora de Castillo, sua ex-companheira de chapa Dina Boluarte, apoiou um plano para adiar as eleições para presidente e congresso para 2024, originalmente marcadas para 2026. Ela também expressou apoio a investigações judiciais sobre se as forças de segurança agiram com força excessiva.

Na terça-feira, o Ministério Público do Peru abriu uma investigação contra a presidente Dina Boluarte e três de seus ministros para apurar supostos crimes na resposta do governo aos protestos. Segundo a Procuradoria-Geral, eles serão investigados pelos supostos crimes de de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves.

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