A Rússia anunciou que drones supostamente manipulados pela Ucrânia bombardearam duas bases aéreas situadas no centro de seu território. "Esta manhã, o regime de Kiev (...) tentou lançar bombardeios com drones de concepção soviética contra a base aérea de Diaghilevo, na região de Riazan, e a de Engels, na região de Saratov", afirmou um comunicado do Ministério da Defesa russo. Três militares teriam sido mortos durante o ataque.
Em retaliação, as forças russas lançaram uma chuva de mísseis contra Kiev. No entanto, segundo o presidente Volodymyr Zelensky, a defesa antiaérea ucraniana "abateu a maior parte dos projéteis". Ele admitiu que a nova ofensiva russa provocou interrupções no fornecimento de água e de energia elétrica.
"Os moradores da capital estavam preparados psicologicamente para a nova onda de ataques. Havia muita gente nas estações de metrô subterrâneas, transformadas em abrigos", relatou ao Correio Anton Suslov, especialista da Escola de Análise Política (naUKMA), em Kiev. "Descer para as estações ou os porões tornou-se um procedimento normal e rotineiro."
O estudioso disse que, apesar de ser impossível mensurar os danos provocados pelas explosões nas bases aéreas russas, os ataques têm "impacto psicológico e simbólico significativo". "As forças ucranianas atingiram os alvos na retaguarda profunda do adversário, apesar de as autoridades de Kiev ainda não terem se pronunciado. O fato, por si, choca os russos. Os propagandistas de Moscou estão indignados e exigem contra-ataques até mesmo com mísseis nucleares", comentou Suslov.
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Cartas com olhos
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