O americano de origem brasileira George Santos, eleito para o Congresso dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, enfrenta uma pressão crescente para que renuncie ao mandato após admitir que inventou grande parte de seu currículo. O trumpista ajudou a legenda a conseguir uma estreita maioria na Câmara de Representantes nas eleições de meio de mandato, realizadas no mês passado. Contudo, uma investigação do jornal New York Times pode mudar esse cenário.
A reportagem colocou em dúvida aspectos sobre a educação e experiência do filho de imigrantes brasileiros, nascido no Queens, que foram apresentados durante a campanha eleitoral. Ontem, ele admitiu ter inventado partes significativas de seu currículo.
O deputado eleito reconheceu as mentiras, em duas entrevistas diferentes. Nelas, confessou que não se graduou na universidade, e que não trabalhou nos bancos Citigroup e Goldman Sachs, apesar de tê-lo afirmado antes. Contudo, o político republicano se recusou a renunciar à sua cadeira no Congresso, que deve assumir em 3 de janeiro.
"Não sou um criminoso", disse o político ao New York Post. A frase despertou comparações com a declaração de 1973 — "Não sou um ladrão" — do então presidente americano Richard Nixon, que acabou renunciando ao cargo no ano seguinte.
Santos se desculpou por "embelezar" o seu currículo, mas algumas de suas justificativas causaram mais indignação, em particular, a defesa de sua falsa afirmação de que era judeu. "Sou católico. Como soube que minha família materna tinha um passado judeu, eu disse que era 'judeu'", declarou ao Post.
Seus adversários democratas também cogitam a possibilidade de que Santos tenha mentido sobre suas finanças, o que suporia infringir a lei. Vários membros do partido do presidente Joe Biden exigiram que o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, convoque uma votação para expulsar Santos se ele não renunciar.
George Santos, que derrotou o democrata Robert Zimmerman em um distrito que se estende para ambos os lados de Queens e Long Island, é parte de uma onda republicana em Nova York que levou o partido à maioria de assentos na Câmara dos Representantes em Washington.
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