A classe política americana condenou veementemente neste domingo (4/12) o pedido que o ex-presidente Donald Trump fez para o abandono das regras da constituição, no intuito de voltar à questão dos resultados das eleições presidenciais de 2020, vencidas por Joe Biden.
Reiterando suas alegações infundadas de fraude eleitoral, Trump afirmou no sábado em sua rede social, a Truth Social, que uma "fraude desse tipo e magnitude permite a quebra de todas as regras, regulamentos e artigos, incluindo os da Constituição".
A Casa Branca imediatamente condenou os comentários. "A Constituição americana é um documento sacrossanto que garante há 200 anos que a liberdade e o estado de direito prevalecerão em nosso belo país", disse no sábado o porta-voz do Executivo, Andrew Bates, em comunicado. "Atacar a Constituição e tudo o que ela representa é um anátema para a alma de nosso país e deve ser condenado", acrescentou. "Não se pode amar os Estados Unidos apenas quando se ganha."
Neste domingo, legisladores de ambos os partidos se ofenderam com o comentário do ex-presidente, que recentemente anunciou que concorreria às eleições presidenciais de 2024.
"Na semana passada ele jantou com antissemitas. Agora ele pede o fim da democracia constitucional nos Estados Unidos", tuitou o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, em referência ao jantar na residência de Donald Trump na Flórida do qual Nick Fuentes, um supremacista branco e proeminente negacionista, participou. Trump "está fora de controle e é um perigo para nossa democracia. Todos devem condenar este ataque à nossa democracia", acrescentou Schumer.
Questionado sobre as palavras de Trump na Fox News, o ex-vice-presidente Mike Pence, que se distanciou do magnata desde o ataque ao Capitólio em Washington em 6 de janeiro de 2021, se absteve de condená-las. "Os candidatos que se concentraram no passado, principalmente aqueles que se empenham em desafiar a última eleição, não se saíram bem nas eleições de meio de mandato" do mês passado, lembrou.
Já o ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, o ultraconservador John Bolton, expressou seu desconforto com a sugestão do ex-chefe. "Todos os verdadeiros conservadores deveriam se opor à sua campanha para a eleição presidencial de 2024", tuitou.
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