Ataques

Atentados em Jerusalém deixam ao menos um morto e vários feridos

Segundo um fotógrafo da AFP presente no local, a explosão perfurou uma cerca de metal localizada atrás do ponto de ônibus e, depois, uma segunda explosão ressoou a uma curta distância, ferindo pelo menos três pessoas

Duas explosões em paradas de ônibus em Jerusalém nesta quarta-feira (23/11) deixaram um adolescente israelense-canadense morto e cerca de 15 feridos, um "modus operandi" que não se via há anos na Cidade Santa.

Uma primeira explosão em um ponto de ônibus nos arredores de Jerusalém deixou 12 feridos, quatro deles gravemente.

Segundo um fotógrafo da AFP presente no local, a explosão perfurou uma cerca de metal localizada atrás do ponto de ônibus. Depois, uma segunda explosão ressoou a uma curta distância, ferindo pelo menos três pessoas.

"Diferentes cargas explosivas foram colocadas nos dois locais. Suspeitamos de que tenha sido um ataque combinado", afirmou a polícia israelense, que reforçou a segurança em Jerusalém.

Uma fonte de segurança disse à AFP que as bombas foram ativadas a distância.

O Shin Beth, serviço de segurança interna de Israel, informou à AFP que o último ataque em Jerusalém, a disputada cidade no centro do conflito israelense-palestino, foi em 2016.

Segundo fontes oficiais, a pessoa morta no primeiro ataque foi Aryeh Schupak, de 15 anos.

"É com grande tristeza que soube da morte de um jovem canadense em um ataque terrorista em Jerusalém, e envio minhas sinceras condolências a sua família e amigos. Meus pensamentos também estão com os feridos. O Canadá condena esta violência no termos mais fortes", declarou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

Reunião de emergência

O ataque duplo também foi condenado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, e a Casa Branca ofereceu sua ajuda para esclarecer "esses atos de terrorismo".

À tarde, centenas de pessoas, a maioria ultraortodoxas, reuniram-se em Jerusalém em torno do corpo do jovem coberto com um talit, o tradicional xale usado pelos judeus para rezar.

"Ele amava a Torá" e era "dedicado a grandes coisas", lamentou um ex-professor, o rabino Naftali Schreiber, prestando-lhe uma última homenagem.

"Ele era um aluno que estava sempre procurando se destacar (...) o coração da yeshiva", disse seu professor Akiva Orlanski.

O pai do falecido recitou a oração pelos mortos antes que o corpo fosse levado para seu local de descanso final no cemitério Har Hamenouhot de Jerusalém.

O primeiro-ministro Yair Lapid realizou uma reunião de emergência com chefes de segurança no quartel-general do Exército em Tel Aviv e informou seu sucessor, Benjamin Netanyahu, vencedor da eleição parlamentar de 1º de novembro, sobre a situação, incluindo a violência na Cisjordânia ocupada no dia anterior.

O chefe do Exército israelense, Aviv Kohavi, interrompeu sua visita aos Estados Unidos nesta quarta-feira para retornar a Israel, informou a corporação.

O movimento islâmico palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, não reivindicou a responsabilidade pelos ataques em Jerusalém, mas os "celebrou". Em um comunicado, descreveu-os como "o preço dos crimes e das agressões de Israel contra nosso povo".

Após os letais ataques anti-israelenses no início deste ano, o Exército fez mais de 2.000 incursões na Cisjordânia, especialmente em Jenin e Nablus. O território é ocupado por Israel desde 1967.

Essas incursões israelenses e os confrontos às vezes associados a elas resultaram em mais de 125 mortes no lado palestino, o maior número de mortos em sete anos.

Em Nablus, uma grande multidão se reuniu para o funeral de um menino palestino de 16 anos, Ahmed Shehadeh, morto pelas forças israelenses em confrontos noturnos com combatentes locais, segundo a Autoridade Palestina.

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