INDONÉSIA

Indonésios seguem abalados após terremoto: 'Não consegui ver nada'

Agentes dos serviços de emergências retiraram moradores de Cianjur de debaixo dos escombros. Segundo as autoridades, ao menos 25 pessoas continuam presas

Caos, estresse e medo eram onipresentes nesta segunda-feira (21) na cidade indonésia de Cianjur, no oeste da ilha de Java, onde um terremoto de magnitude 5,6 deixou ao menos 162 mortos e centenas de feridos.

Agus Azhari, de 19 anos, estava em casa com sua mãe quando a sala foi destruída em questão de segundos. O telhado e as paredes foram parcialmente destruídos e o jovem sofreu ferimentos na perna e nas mãos devido ao impacto de um armário e outros escombros.

"Não conseguia ver nada. A poeira das ruínas me impedia de ver", disse Azhari à AFP, que nunca havia passado por um terremoto desse tipo antes.

Este jovem indonésio compartilhou um vídeo de sua mãe, de 56 anos, no qual ela gritava: "por favor, Senhor! Minha casa!"

"Agarrei minha mãe pela mão e corremos para fora", explicou o jovem. "Ouvi pessoas gritando e pedindo ajuda em todos os lugares ao meu redor", disse à AFP.

O terremoto derrubou estruturas de casas construídas com madeira e argila na encosta de um morro, cuja estrutura era bastante precária.

Agentes dos serviços de emergências retiraram moradores de Cianjur de debaixo dos escombros. Segundo as autoridades, ao menos 25 pessoas continuam presas.

Os moradores levaram os feridos para os hospitais da região, que sofreram cortes de energia e colapsaram com a chegada de cerca de 700 feridos.

"Não conseguia fazer nada" 

Em outro hospital, na cidade de Cimacan, vítimas chegavam ensanguentadas, enquanto pais procuravam seus filhos desaparecidos.

O terremoto teve várias réplicas, o que acentuou o medo dos moradores. Além disso, provocou deslizamentos de terras e os serviços de emergência tiveram que usar escavadeiras para resgatar pessoas e limpar estradas.

Oman, de 55 anos, estava cozinhando arroz quando as paredes de sua casa começaram a tremer.

"De repente, me vi dentro da minha casa destruída. Fiquei preso entre os escombros e não conseguia me mover. Minha esposa estava do lado de fora", explica.

"Não conseguia fazer nada. Mas, pelo menos, estou vivo", afirma Omar, que sofreu ferimentos graves nas pernas, pés e mãos, mas conseguiu ser socorrido pelos filhos.

Os esforços de resgaste continuavam na noite desta segunda-feira e o saldo de mortos poderia aumentar.

A Indonésia registra com frequência terremotos por estar localizada na região conhecida como "círculo de fogo" do Pacífico.

Mas o país continua marcado pelo terremoto de 26 de dezembro de 2004, de 9,1 gaus de magnitude, na costa de Sumatra, que matou 220.000 pessoas na região, incluindo 170.000 na Indonésia.

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