ARGENTINA

Justiça rejeita pedido de Kirchner para afastar juíza que investiga atentado

A defesa da ex-presidente havia solicitado o afastamento da magistrada ao considerar que ela omitiu o aprofundamento da investigação para determinar se houve instigadores políticos do atentado

Agence France-Presse
postado em 25/11/2022 18:21 / atualizado em 25/11/2022 18:21
 (crédito:  LUIS ROBAYO / AFP)
(crédito: LUIS ROBAYO / AFP)

A Justiça da Argentina rejeitou um recurso interposto pela vice-presidente Cristina Kirchner para afastar a juíza que investiga o atentado fracassado do qual ela foi vítima em 1º de setembro, e ordenou aprofundar linhas propostas pela defesa, informou uma fonte judicial nesta sexta-feira (25).

A Câmara Federal confirmou a juíza María Eugenia Capuchetti à frente do caso pela tentativa de homicídio que Cristina sofreu há quase três meses, quando um homem apertou o gatilho duas vezes ao apontar uma pistola muito perto de sua cabeça, sem que a arma chegasse a disparar.

Por esse ataque, do qual a ex-presidente saiu ilesa, estão presos o agressor, sua namorada e o suposto líder do grupo.

A defesa da ex-presidente havia solicitado o afastamento da magistrada ao considerar que ela omitiu o aprofundamento da investigação para determinar se houve instigadores políticos do atentado, entre outras objeções à sua imparcialidade.

O tribunal de apelações, ao confirmar a juíza, ordenou que ela "corroborasse ou descartasse" as supostas declarações do deputado Gerardo Milman, do partido opositor Juntos por el Cambio, de que ele teria conhecimento do ataque com antecedência.

"Quando a matarem, vou estar a caminho do litoral", teria dito Milman dois dias antes do atentado, segundo uma testemunha. A Câmara Federal também ordenou impulsionar novas medidas de provas.

Capuchetti havia decidido esta semana deixar a investigação nas mãos do promotor Carlos Rívolo para afastar os questionamentos sobre sua imparcialidade. A ex-presidente havia criticado publicamente o trabalho da magistrada.

"Quando surgiram as primeiras provas que relacionam a política com o ataque, a juíza Capuchetti paralisou e boicotou a investigação. É evidente que o partido judicial não quer Cristina como vítima, quer ela presa ou morta", escreveu nas redes sociais.

Paralelamente, Cristina está sendo julgada por supostos atos de corrupção durante suas duas eleições presidenciais. Sobre ela pesa um pedido de condenação de 12 anos de prisão e inabilitação política.

Na terça-feira, Cristina Kirchner deve pronunciar suas palavras finais nesse julgamento. Espera-se que um veredicto seja anunciado antes do fim do ano.

Newsletter

Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação