O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a advertir nessa quinta-feira (24/11), sobre graves consequências se as potências ocidentais introduzirem restrições ao preço do petróleo russo. Os governos ocidentais pretendem limitar o preço das exportações de petróleo da Rússia em uma tentativa de limitar os ganhos com combustíveis fósseis que sustentam o orçamento de Moscou, suas forças armadas e a invasão da Ucrânia.
Durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al-Sudani, Putin enfatizou que "tais ações contradizem os princípios que regem as relações de mercado e muito provavelmente terão graves consequências para o mercado global de energia". Putin e Sudani debateram os planos do Ocidente e o trabalho de Rússia e Iraque no âmbito das reuniões da aliança da Opep+ para garantir a estabilidade do mercado de petróleo.
A Rússia tem advertido reiteradamente que não fornecerá petróleo aos países que adotam tais limitações e tem previsto grandes problemas para as populações desses países durante o inverno. Além disso, de acordo com seu governo, também pode tomar medidas de retaliação, como a redução da extração de 530 milhões de toneladas neste ano para 490 milhões de toneladas em 2023.
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Os governos da União Europeia não conseguiram chegar a um acordo na quarta-feira sobre um limite de preço para o petróleo russo que as potências do G-7 querem impor a Moscou como uma sanção pela guerra na Ucrânia.
O limite de preço não afeta diretamente a UE, que já decidiu proibir as compras de petróleo bruto russo a partir de 5 de dezembro (exceto as do oleoduto aproveitado pela Hungria), mas prejudicaria os navios de carga que o transportam, alguns dos quais de bandeiras de Grécia, Malta e Chipre.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, propôs o limite com outros aliados do G-7 como uma forma de limitar os ganhos da Rússia ao mesmo tempo que mantém o petróleo russo fluindo na economia global. O objetivo é prejudicar as finanças de Moscou, mas também evitar um forte aumento no preço se o produto russo fosse repentinamente retirado do mercado global.
As companhias de seguros e outras empresas necessárias para transportar petróleo só seriam capazes de negociar com o petróleo russo se o preço fosse igual ou inferior ao limite. A maioria das seguradoras está localizada na UE ou no Reino Unido e pode ser obrigada a participar do teto. Sem seguro, os proprietários de petroleiros podem relutar em comprar petróleo russo e enfrentar obstáculos para entregá-lo.
A aplicação universal da proibição de seguros, imposta pela UE e pelo Reino Unido em rodadas anteriores de sanções, poderia tirar tanto petróleo russo do mercado que os preços disparariam, as economias ocidentais sofreriam e a Rússia veria ganhos maiores com qualquer petróleo que exportasse desafiando o embargo.
A Rússia, segunda maior produtora de petróleo do mundo, já redirecionou grande parte de seu abastecimento para a Índia, China e outros países asiáticos a preços com desconto, depois que os clientes ocidentais o rejeitaram antes mesmo da proibição da UE.
A Rússia também pode recorrer a esquemas como a transferência de petróleo de navio para navio para disfarçar suas origens e misturar seu petróleo com outros tipos para contornar a proibição. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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