Kiev, a capital ucraniana, ficou sem água e eletricidade nesta quarta-feira (23) após uma onda de bombardeios russos que atingiram também outras cidades do país, causando a morte de ao menos três pessoas.
"Terroristas russos estão tentando destruir as instalações de abastecimento de energia da Ucrânia. Hoje houve explosões em várias partes do país", lamentou o vice-presidente ucraniano, Kyrylo Tymoshenko, no Telegram.
"Um prédio de dois andares foi danificado. Há três mortos e seis feridos", anunciou a administração regional de Kiev no Telegram, sem dar mais detalhes.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, destacou que "um local de infraestrutura" foi atingido e anunciou que, devido ao bombardeio, o abastecimento de água está suspenso em toda a capital. O governador regional, Oleksi Kuleba, anunciou que "toda a região está sem luz".
A empresa privada ucraniana confirmou no Telegram "cortes de energia de emergência" em Kiev para tentar "estabilizar a situação o mais rápido possível". Pouco antes dos cortes, os jornalistas da AFP escutaram várias explosões na capital.
Dois bairros na cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, também ficaram sem energia após ataques russos, disse seu governador, Maxime Kozytsky. Três usinas nucleares foram desconectadas da rede elétrica após o bombardeio.
Os últimos grandes ataques em Kiev remontam a 17 de novembro, quando o exército russo bombardeou várias cidades, deixando mais de 10 milhões de ucranianos sem eletricidade, segundo o presidente Volodimir Zelensky. Os ataques também tiveram consequências na vizinha Moldávia, onde houve "cortes massivos de eletricidade".
Maternidade bombardeada
Também nesta quarta-feira, o plenário do Parlamento Europeu aprovou uma resolução que qualifica a Rússia como "país promotor do terrorismo", por sua guerra contra a Ucrânia, e pediu aos 27 países do bloco que sigam este pronunciamento.
O voto foi "recebido com satisfação" por Zelensky, que afirmou que "a Rússia deve ser isolada em todos os níveis e responsabilizada". A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, chamou a decisão do Parlamento Europeu de "idiota".
Em Vilnyansk, uma cidade na região de Zaporizhzhia, no sul, que abriga a maior usina nuclear controlada pela Rússia da Europa, um recém-nascido morreu em um bombardeio russo que atingiu uma maternidade durante a madrugada desta quarta-feira.
"Um edifício de dois andares da maternidade foi destruído por um ataque com foguetes contra o hospital local", afirmou o serviço ucraniano para situações de emergência. Os serviços de emergência divulgaram um vídeo que mostra o trabalho das equipes de resgate para tentar retirar um homem dos escombros.
"O bebê que nasceu há dois dias morreu. Sua mãe e um médico foram retirados dos escombros", acrescentaram os serviços de socorro. "Nossos corações estão invadidos pela dor", disse Oleksandr Starukh, chefe da região de Zaporizhia.
"O inimigo decidiu mais uma vez tentar alcançar, com terror e assassinato, o que não conseguiu em nove meses e não vai conseguir", escreveu Zelensky no Telegram, em referência ao período de invasão de seu país. O presidente ucraniano prometeu que a Rússia "terá que prestar contas por todos os danos que fez ao país".
A pequena cidade de Vilniansk fica a 45 quilômetros da linha de frente, no norte da região de Zaporizhzhia, que tem grande parte do sul ocupada pelas tropas russas desde que Moscou anunciou a anexação do território no fim de setembro.
Entrega de armas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na segunda-feira que registrou mais de 700 ataques contra centros de saúde ucranianos desde o início da invasão russa, em fevereiro, o que, destacou, é uma "clara violação" do direito internacional humanitário.
"Centenas de hospitais e centros de saúde não estão mais plenamente operacionais", declarou Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa, em uma entrevista coletiva em Kiev.
Apesar dos intensos combates, especialmente no leste, Moscou e Kiev continuam a troca de prisioneiros de guerra. "Hoje houve uma nova troca com Kiev seguindo a fórmula 35 por 35", disse nesta quarta-feira um alto funcionário da autoridade de ocupação russa, Denis Pushilin.
Por sua vez, Londres anunciou o envio de um primeiro helicóptero Sea King para a Ucrânia e planeja fornecer mais dois.
O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, que está na Noruega para discutir o apoio militar à Ucrânia com seus aliados, também disse que Londres enviaria 10.000 cartuchos de artilharia adicionais para Kiev.
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