A Rússia lançou uma nova ofensiva contra a Ucrânia nesta quarta-feira (23/11), com o bombardeio de uma série de alvos civis e militares espalhados pelo país, provocando a morte de pelo menos três pessoas, incluindo um recém-nascido. Explosões foram confirmadas na capital, Kiev, e em outras regiões, como Lviv e Zaporizhzhia, cortando a energia e outros serviços como água e gás de leste a oeste.
Em Kiev, o prefeito Vitali Klitschko afirmou que "um local de infraestrutura" foi atingido por um bombardeio e aconselhou a população civil a se manter em abrigos. Construções civis também foram atingidas na capital e uma morte foi confirmada, de acordo com autoridades ouvidas pelo jornal britânico The Guardian. Segundo um repórter da AFP, logo após uma série de explosões, um bairro no norte de Kiev ficou sem energia elétrica.
No sul do país, um ataque com foguetes atingiu um prédio de dois andares que funcionava como maternidade na cidade de Vilniansk, na região de Zaporizhzia. Um recém-nascido morreu e a mãe do bebê e um médico ficaram feridos, de acordo com a administração local.
"Na madrugada de 23 de novembro, na cidade de Vilniansk, região de Zaporizhzia, o edifício de dois andares da maternidade foi destruído por um ataque com foguetes contra o hospital local", afirmou o serviço ucraniano para situações de emergência. E acrescentou: "como resultado do ataque, um bebê nascido em 2022 morreu".
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de utilizar o terror como arma de guerra no país, e afirmou que Vladimir Putin terá que "prestar contas" por todo o dano que causou à Ucrânia. "O Estado terrorista continua a guerra contra os civis", declarou Zelenski. "O inimigo decidiu mais uma vez tentar alcançar, com terror e assassinato, o que não conseguiu em nove meses e não vai conseguir."
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De Lviv, no oeste, a Kharkiv, no nordeste, autoridades relataram interrupções de eletricidade, água e outros serviços importantes em meio à última onda de ataques da Rússia, que parecia ter como objetivo desativar a infraestrutura civil da Ucrânia e mergulhar o país na escuridão e no frio.
"Toda a cidade está sem luz", disse Andrii Sadovii, prefeito de Lviv. "Estamos aguardando informações adicionais de especialistas em energia. Pode haver interrupções no abastecimento de água."
Os bombardeios ao país em guerra também tiveram efeitos além da fronteira. O vice-primeiro-ministro e ministro da Infraestrutura da Moldávia, Andrei Spinu, afirmou que um "apagão maciço" foi registrado no país após os ataques russos à Ucrânia.
Em uma publicação no Twitter, Spinu afirmou que a empresa de energia do país, a Moldelectrica, está trabalhando para religar mais de 50% do país à eletricidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 ataques russos contra centros de saúde ucranianos foram registrados desde o início da invasão, em fevereiro. Em um comunicado na segunda-feira, a OMS destacou que o feito é uma "clara violação" do direito internacional humanitário.
"Centenas de hospitais e centros de saúde não estão mais plenamente operacionais", declarou Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa, em uma entrevista coletiva em Kiev.
Resolução
Nesta quarta-feira, o plenário do Parlamento Europeu aprovou uma resolução qualificando a Rússia como um "país promotor do terrorismo" por sua guerra contra a Ucrânia e pediu aos 27 países do bloco que acompanhem este reconhecimento. Aprovada por 494 votos a favor, 58 contra e 44 abstenções, a resolução também identifica a Rússia como "um Estado que usa meios terroristas".
De acordo com a Resolução, "as atrocidades cometidas pela Federação da Rússia contra a população civil ucraniana, a destruição de infraestruturas civis e outras violações graves dos direitos humanos e do direito internacional humanitário constituem atos de terror". Também constituem "crimes de guerra", apontou o documento.
A Resolução pediu à União Europeia (UE) e aos países que a compõem que "elaborem um marco jurídico da União para a designação de Estados como promotores do terrorismo e Estados que usam meios terroristas".
Esse marco jurídico ativará "medidas restritivas importantes" contra os países designados. Também pediu ao Conselho Europeu "que depois considere a possibilidade de acrescentar a Federação da Rússia a esta lista" e solicitou aos parceiros da UE que adotem medidas semelhantes. (Com agências internacionais).
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