GUERRA NO LESTE EUROPEU

Bebê recém nascido morre em ataque russo em maternidade, diz Ucrânia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na segunda-feira que registrou mais de 700 ataques contra centros de saúde ucranianos desde o início da invasão russa, em fevereiro

Agência France-Presse
postado em 23/11/2022 10:32 / atualizado em 23/11/2022 10:34
 (crédito: Katerina Klochko / AFP)
(crédito: Katerina Klochko / AFP)

Autoridades ucranianas afirmaram que um bebê recém-nascido foi morto em um ataque de míssil russo que atingiu uma maternidade na cidade de Vilniansk, no sudeste da Ucrânia, nesta quarta-feira (23).  

De acordo com o serviço de emergência do estado, ao menos três civis, incluindo o recém-nascido, morreram no bombardeios russos na Ucrânia, o que levou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski a acusar Moscou de provocar o "terror" em seu país.

"O inimigo decidiu mais uma vez tentar alcançar, com terror e assassinato, o que não conseguiu em nove meses e não vai conseguir", escreveu Zelensky no Telegram, em referência ao período de invasão de seu país.

O presidente ucraniano prometeu que a Rússia "terá que prestar contas por todos os danos que fez ao país".

Na madrugada de 23 de novembro, na cidade de Vilniansk, região de Zaporizhzia, o edifício de dois andares da maternidade foi destruído por um ataque com foguetes contra o hospital local", afirmou o serviço ucraniano para situações de emergência

"Como resultado do ataque, um bebê nascido em 2022 morreu", acrescentou o serviço estatal.

No local atingido estavam, além do bebê, a mãe da criança e um médico.

A mãe ficou ferida, informou Zelensky, também em sua conta no Telegram.

"O Estado terrorista continua a guerra contra os civis", declarou Zelensky, em referência à Rússia.

Os serviços de emergência divulgaram um vídeo que mostra o trabalho das equipes de resgate para tentar retirar um homem dos escombros.

De acordo com as informações disponíveis, não há mais pessoas bloqueadas nos escombros.

A pequena cidade de Vilniansk fica a 45 quilômetros da linha de frente, no norte da região de Zaporizhzhia, que tem grande parte do sul ocupada pelas tropas russas desde que Moscou anunciou a anexação do território no fim de setembro.

Mais de 700 ataques 

Em 17 de novembro, um ataque russo destruiu um edifício na região e matou 10 pessoas, incluindo três crianças.

Na região de Kharkiv (nordeste), outro bombardeio russo matou duas pessoas nesta quarta-feira: uma mulher de 55 anos e um homem de 68, informou o governador regional Oleg Synegubov.

O governador afirmou que o bombardeio atingiu um prédio residencial e um hospital. Uma pessoa foi hospitalizada e outra recebeu atendimento na área do ataque.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na segunda-feira que registrou mais de 700 ataques contra centros de saúde ucranianos desde o início da invasão russa, em fevereiro, o que, destacou, é uma "clara violação" do direito internacional humanitário.

"Centenas de hospitais e centros de saúde não estão mais plenamente operacionais", declarou Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa, em uma entrevista coletiva em Kiev.

A OMS também alertou que o inverno representará uma ameaça para milhões de ucranianos, após os bombardeios russos contra as infraestruturas de energia do país, que milhões de residências sem energia elétrica e calefação.

"Este inverno colocará em perigo a vida de milhões de pessoas na Ucrânia", advertiu Kluge. "Este inverno será uma questão de sobrevivência".

Os danos às infraestruturas de energia da Ucrânia "já provocam efeitos devastadores para o sistema de saúde e a população", destacou.

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