Acusação

Polícia do Canadá prende cientista chinês acusado de espionagem

A empresa canadense, uma das maiores hidrelétricas do mundo, informou em comunicado que Wang é um cientista cujo trabalho se concentrava em materiais para baterias.

Agência Estado
postado em 15/11/2022 09:06
 (crédito: Chris Yang/Unsplash)
(crédito: Chris Yang/Unsplash)

A polícia do Canadá prendeu um cientista chinês empregado pela Hydro-Quebec, a maior empresa de eletricidade do país e que fornece energia à costa atlântica dos Estados Unidos, sob a acusação de espionagem para a China.

Hydro-Quebec e a Polícia Montada do Canadá anunciaram nesta segunda-feira, 14, a detenção de Yuesheng Wang, de 35 anos, sob a acusação de fraude para obter sigilos comerciais e outros crimes de segurança nacional, supostamente cometidos entre fevereiro de 2018 e outubro de 2022.

A empresa canadense, uma das maiores hidrelétricas do mundo, informou em comunicado que Wang é um cientista cujo trabalho se concentrava em materiais para baterias.

"Ele não teve acesso à informação relacionada com a missão central da Hydro-Quebec", acrescenta o comunicado. Foi a empresa que alertou a Polícia Montada, em agosto deste ano, sobre as atividades criminosas do funcionário.

A Polícia Montada explicou que Wang publicou artigos acadêmicos em revistas científicas sem a permissão da Hydro-Quebec, empresa para a qual ele trabalhava desde 2016.

"Esta é a primeira vez que tal acusação foi registrada no Canadá", disse o inspetor da Polícia Montada, David Beaudoin, sobre a acusação de espionagem sob uma lei de segurança da informação. Wang será levado a um tribunal na terça-feira.

Os veículos de comunicação canadenses observaram que Wang fez mestrado em engenharia de materiais pelo Instituto de Física da Academia Chinesa de Ciências e, antes de trabalhar para a Hydro-Quebec, estudou na Universidade Queen Mary de Londres e na Universidade do Arkansas (EUA).

'Interferência'

O anúncio da detenção de Wang ocorre em um momento em que o Canadá intensifica as denúncias de "interferência" chinesa no país.

Na semana passada, a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, acusou a China de ser uma "potência global cada vez mais disruptiva" com valores cada vez mais diferentes dos das democracias ocidentais e alertou as empresas canadenses para os riscos de trabalhar no país asiático.

Joly explicou em discurso que o Canadá revelará em dezembro um plano de ação asiático que inclui uma posição mais agressiva em relação à China.

No dia 7 de novembro, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, acusou a China de tentar interferir na democracia do Canadá e de dirigir uma campanha de interferência durante as eleições gerais de 2019.

A denúncia de Trudeau veio pouco depois da notícia de que o serviço secreto canadense avisou o governo que a China financiou vários candidatos ao Parlamento federal nas eleições gerais.

As relações entre o Canadá e a China estão tensas desde a detenção, em 2018, de uma executiva da Huawei por ordem dos Estados Unidos em Vancouver, e a detenção de dois canadenses por Pequim em aparente retaliação. Os três foram libertados no ano passado como parte de um acordo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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