A Coreia do Norte lançou, sem sucesso, um míssil balístico intercontinental durante nova série de disparos, informou o exército da Coreia do Sul. Por sua vez, os Estados Unidos pediram a aplicação de sanções financeiras contra Pyongyang. Os disparos levaram a Coreia do Sul e os Estados Unidos a prorrogarem as manobras aéreas conjuntas que realizam esta semana, as maiores organizadas até então pelos dois países.
O regime de Kim Jong-un classificou os exercícios como "erro terrível e irrevogável". Moradores de uma ilha sul-coreana e de áreas do norte do Japão receberam alertas para buscarem refúgios, após os novos testes de mísseis. De acordo com o Exército de Seul, o lançamento mais importante, no entanto, "supostamente terminou em fracasso".
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou o disparo do míssil balístico intercontinental norte-coreano e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra Pyongyang, sob a aleação de que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A presidência alemã do G7 — grupo dos sete países mais industrializados do planeta — condenou os lançamentos.
O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que detectou, durante a manhã de ontem, o lançamento do míssil balístico de longo alcance, seguido de outros dois projéteis de curto alcance. Várias horas depois, reportou novo lançamento de um "míssil balístico não identificado". Na quarta-feira, os norte-coreanos tinham lançado 23 mísseis de diversos tipos e disparado mais de 100 artefatos de artilharia.
"A capacidade do míssil balístico de longo alcance era de quase 760km, uma altura de 1.920km e uma velocidade de Mach 15", equivalente a 15 vezes a velocidade do som (ou cerca de 18.570km/h), afirmaram os militares sul-coreanos.
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Sirenes antiaéreas
A imprensa sul-coreana afirmou que as sirenes de ataque aéreo foram acionadas novamente na ilha de Ulleungdo (leste). Os moradores da localidade receberam alertas na quarta-feira para buscar refúgio depois que um míssil cruzou a fronteira marítima entre as Coreias.
O governo japonês também emitiu um alerta um pouco antes das 8h locais (20h de quarta-feira em Brasília) para os habitantes de áreas do norte do país, que deveriam procurar abrigos. Em um primeiro momento, Tóquio afirmou que um míssil tinha sobrevado o território japonês e caído no Oceano Pacífico. No entanto, o ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, esclareceu depois que o míssil não atravessou o país, "mas desapareceu no Mar do Japão" entre o arquipélago e a Península Coreana. A sequência de lançamentos de mísseis seria uma resposta de Pyongyang aos exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos.
Ontem, a Coreia do Norte criticou a "má decisão" de Washington e de Seul de prorrogar as simulações de guerra. "Prolongar estes exercícios é uma decisão muito perigosa e ruim", afirmou Pak Jong Chon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, segundo um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.
Preocupação
Como o disparo de ontem foi "acompanhado por alertas de evacuação, isto sugere com força o lançamento de um míssil de alcance intermediário ou um míssil intercontinental de pleno alcance", tuitou Chad O'Carroll, do site especializado NK News em Seul. "O segundo pode ser muito preocupante para alguns se atingir com sucesso uma distância significativa", acrescentou.
Estados Unidos e Coreia do Sul alertam que a série recente de disparos de Pyongyang pode resultar no sétimo teste nuclear da história do país. "Há boa possibilidade de que o próximo teste será de armas nucleares táticas. Provavelmente muito em breve", disse O'Carroll.
O analista Ahn Chan-il também opinou que "estes (os lançamentos) são eventos de pré-celebração da Coreia do Norte antes de seu próximo teste nuclear". "Também parecem uma série de testes práticos para sua mobilização nuclear tática", acrescentou.
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