Paris, França - Os assassinatos de jornalistas no mundo ficam impunes na grande maioria dos casos – lamentou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta quarta-feira (2), que pediu aos líderes mundiais medidas para reforçar os meios de investigar e condenar os responsáveis.
"Segundo os novos dados da Unesco, a taxa de impunidade mundial para assassinatos de jornalistas sobe para 86%", diz a organização.
Embora represente uma redução de nove pontos nos últimos dez anos, é “muito insuficiente para frear a espiral de violência”, afirma a Unesco.
No período 2020-2021, 117 jornalistas foram assassinados por sua profissão, o que representa o número mais baixo desde a primeira publicação deste relatório em 2008.
A UNESCO informa, no entanto, que, em 2022, 66 jornalistas já foram assassinados até 30 de setembro.
Nos dois anos anteriores, as regiões mais mortíferas para estes profissionais foram América Latina e Caribe e, em menor grau, a Ásia-Pacífico.
Em 2020, não houve assassinatos de jornalistas na Europa Central, nem no Leste Europeu pela primeira vez desde 2007.
Um dado importante é que apenas 36% das vítimas de 2021 morreram em países com conflitos armados.
O relatório também destaca um aumento de jornalistas mortos em tumultos, ou manifestações: seis no período 2020-2021 contra três no período 2016-2017.
A Unesco destaca que 91 dos 117 jornalistas assassinados em 2020-2021 morreram fora do horário de trabalho, em casa, no carro, ou na rua, sem estar em qualquer missão específica. Vários foram mortos na frente de suas famílias, incluindo menores.
Além disso, o número de mulheres jornalistas dobrou em 2021: de 6% no ano anterior para 11%.
Diante desses números, a Unesco renovou seu apelo para que se tome todas as medidas necessárias para que os crimes cometidos contra jornalistas sejam objeto de investigações apropriadas e que seus autores sejam identificados e condenados.
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