Prêmio Nobel

Sueco vence o Nobel de Medicina por trabalhos sobre o genoma Neandertal

O paleogeneticista Svante Pääbo sequenciou o genoma de ancestrais humanos e descobriu o hominídeo de Denisova

O Prêmio Nobel de Medicina foi atribuído nesta segunda-feira (3/10) ao sueco Svante Pääbo, pioneiro da paleogenética, pelo sequenciamento completo do genoma dos neandertais e a fundação desta disciplina, que analisa o DNA de tempos remotos para decifrar os genes humanos.

"Ao revelar as diferenças genéticas que distinguem todos os seres humanos vivos dos hominídeos extintos, suas descobertas fornecem a base para explorar o que nos torna exclusivamente humanos", afirmou o Comitê Nobel.

Com 67 anos e trabalhando na Alemanha há décadas, Pääbo descobriu em 2009 que 2% dos genes passaram destes hominídeos extintos para o Homo Sapiens.

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O fluxo antigo de genes para os humanos modernos tem um impacto fisiológico, por exemplo, na forma como nosso sistema imunológico responde às infecções.

"As diferenças genéticas entre o Homo Sapiens e nossos parentes mais próximos agora extintos não eram conhecidas até que foram identificadas graças ao trabalho de Pääbo", acrescentou o Comitê Nobel.

O homem de Neandertal conviveu por um período com o homem moderno na Europa, antes de desaparecer totalmente há quase 30.000 anos.

Pääbo, nascido em Estocolmo, é filho de um vencedor do Nobel. Seu pai, Sune Bergström, venceu o prêmio em 1982. Svante Pääbo usa o sobrenome da mãe, a química estoniana Karin Pääbo.

O prêmio inclui uma quantia de 10 milhões de coroas (cerca de 900.000 dólares).

Depois do Nobel de Medicina serão anunciados os prêmios de Física (terça-feira), Química (quarta-feira) e os mais esperados: Literatura (quinta-feira) e Paz (sexta-feira em Oslo).

O Nobel de Economia, a criação mais recente da premiação, fecha a temporada do Nobel na próxima segunda-feira.

Com a atribuição do 113º Nobel de Medicina, 226 indivíduos já receberam o prêmio desde sua criação, incluindo 12 mulheres.

No ano passado, o prêmio foi atribuído aos americanos Ardem Patapoutian e David Julius por suas descobertas sobre a maneira como o sistema nervoso percebe a temperatura e o toque.

Cientistas americanos ou que trabalham nos Estados Unidos, de sexo masculino, dominam amplamente os Nobel científicos das últimas décadas, apesar dos esforços dos jurados para premiar mais mulheres.

A temporada 2021 do Nobel não quebrou a tendência, com 12 homens premiados e apenas uma mulher. Todos os prêmios científicos foram atribuídos a homens.

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