Paquistão

Malala visita Paquistão dez anos após tentativa de assassinato

Sua visita busca "ajudar a manter a atenção internacional focada no impacto das inundações no Paquistão e reforçar a necessidade de ajuda humanitária crítica", disse sua fundação

Agência France-Presse
postado em 11/10/2022 08:29
 (crédito: Michael Tran / AFP)
(crédito: Michael Tran / AFP)

Karachi, Paquistão- Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, chegou ao Paquistão nesta terça-feira (11/10) para visitar as vítimas das enchentes, dez anos depois de ser alvo de uma tentativa de assassinato por parte dos talibãs.

Malala Yousafzai tinha apenas 15 anos quando militantes do Talibã paquistanês, um grupo independente mas com uma ideologia em comum com o movimento no Afeganistão, atiraram em sua cabeça por sua campanha a favor da educação feminina.

A adolescente foi levada para o Reino Unido para receber um tratamento que salvou sua vida e se tornou uma líder mundial na luta pela educação, tornando-se a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz.

Dois dias antes do 10º aniversário desse ataque, Malala desembarcou na cidade de Karachi, no sul do Paquistão, em sua segunda visita desde que deixou o país.

De Karachi, ela viajará para áreas devastadas pelas inundações sem precedentes da última temporada de monções.

Sua visita busca "ajudar a manter a atenção internacional focada no impacto das inundações no Paquistão e reforçar a necessidade de ajuda humanitária crítica", disse sua fundação Malala Fund em nota.

Essas inundações submergiram um terço do território do Paquistão, deslocaram oito milhões de pessoas e causaram danos estimados em 28 bilhões de dólares.

A visita coincide com uma greve de estudantes de sua antiga escola pelo aumento da violência em sua cidade natal de Mingora, no Vale do Swat.

O Talibã paquistanês realizou uma insurgência de longa data na área até uma grande campanha militar em 2014 que restaurou a segurança no noroeste do país.

Mas isso reapareceu desde o retorno do Talibã afegão ao poder no país vizinho, com um aumento nos ataques nas últimas semanas, especialmente contra as forças de segurança.

Na segunda-feira, um motorista de ônibus escolar foi morto a tiros e crianças no ônibus ficaram feridas. Os moradores culparam o Talibã, embora o grupo negue a responsabilidade. Estudantes e professores lançaram uma greve nesta terça-feira pedindo paz na região.

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