O Conselho da Europa premiou nesta segunda-feira (10) o opositor russo preso Vladimir Kara-Murza, a quem a Justiça russa recentemente acusou de "alta traição", com o prêmio de direitos humanos Václav Havel 2022.
"Opor-se ao poder na Rússia de hoje exige uma coragem incrível", disse Tiny Kox, presidente da assembleia parlamentar da organização europeia com sede em Estrasburgo (nordeste da França).
O prêmio Václav Havel, criado em 2013 e dotado de 60.000 euros (58.160 dólares no câmbio atual), recompensa ações excepcionais da sociedade civil em defesa dos direitos humanos.
Em 2021, o prêmio foi para a opositora bielorrussa Maria Kolésnikova, condenada a 11 anos de prisão. Em 2020, para a feminista Loujain al-Hathloul, que passou mais de mil dias atrás das grades na Arábia Saudita.
Vladimir Kara-Murza, de 41 anos, é uma das últimas figuras da oposição ao presidente russo Vladimir Putin ainda no país.
Este ex-jornalista era amigo do líder da oposição Boris Nemtsov, que foi assassinado perto do Kremlin em 2015, e trabalhou com a organização de Mikhail Khodorkovsky, um ex-oligarca que se tornou um crítico de Putin no exílio.
Kara-Murza afirma que foi envenenado duas vezes por agentes russos, em 2015 e 2017, devido às suas atividades políticas.
Preso na Rússia por suas críticas à invasão russa da Ucrânia, o oponente foi acusado na quinta-feira de "alta traição", um crime que acarreta duras penas de prisão.
Em meados de março, a Rússia foi expulsa do Conselho da Europa como resultado da guerra na Ucrânia e, desde 16 de setembro, não é mais membro da Convenção Europeia de Direitos Humanos.
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