Elon Musk propôs, na segunda-feira (03/10), comprar o Twitter pelo preço acordado em abril, segundo informações da imprensa, duas semanas antes do início de um julgamento entre as duas partes sobre esta operação.
As negociações das ações do Twitter foram suspensas em Wall Street "à espera de informações", depois que a agência Bloomberg divulgou nesta terça (04/10) o possível acordo de compra da rede social por parte de Musk.
As operações ficaram congeladas por cinco minutos primeiro e o valor das ações disparou até 18% antes de uma nova suspensão.
Segundo a Bloomberg, Musk enviou uma carta ao Twitter na segunda-feira propondo a compra da plataforma por US$ 54,20 por ação, preço acordado inicialmente com o conselho da empresa. Segundo a rede CNBC, o acordo pode ser concluído entre sexta e segunda-feira.
As duas partes assinaram um contrato no final de abril, mas Musk quis, unilateralmente, deixar o pacto em julho. A rede social abriu um processo para forçá-lo a honrar seu compromisso, e parecia que tinha chances de vencer na Justiça.
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"É um sinal claro de que Musk reconhece que suas chances de vencer o conselho (do Twitter) em um tribunal de Delaware são muito pequenas, e que a compra por US$ 44 bilhões acontecerá de uma forma ou de outra", disse o analista Dan Ives, da Wedbush Securities.
Musk bombardeou o Twitter com críticas antes e depois da assinatura do acordo, acusando a rede de censurar usuários e de não combater suficientemente spams e contas falsas.
O bilionário fundador da Tesla justificou sua decisão de desistir do negócio de compra afirmando que a proporção de contas automatizadas na rede social era muito superior aos 5% que a empresa havia declarado.
Após solicitação do Twitter, a presidente do tribunal especializado de Delaware concordou em acelerar o processo, enquanto Musk queria esperar até 2023 e solicitou uma quantidade astronômica de dados. Se confirmado, o julgamento será realizado de 17 a 21 de outubro.
Musk pareceu ter ganhado terreno em sua causa quando Peiter Zatko, ex-chefe de segurança do Twitter, demitido em janeiro, acusou o grupo de grandes falhas de segurança no final de agosto em um relatório enviado às autoridades americanas.
Mas durante as audiências preliminares com a juíza, seus advogados pareceram ter dificuldades em sustentar as acusações sobre contas falsas.
Um dos advogados do Twitter apresentou dois relatórios de empresas de análise de dados contratadas pelo empresário, Cyabra e CounterAction, que avaliaram o número de contas falsas em uma faixa de 11% para a primeira e 5,3% para a segunda.
"Nenhum dos relatórios chega nem perto de confirmar o que Musk disse ao Twitter e ao mundo inteiro em sua carta de 8 de julho", disse o advogado Brad Wilson durante uma audiência.
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