Latacunga, Equador- Ao menos 15 detentos morreram e 21 ficaram feridos durante uma rebelião na segunda-feira (3/10) em uma penitenciária do Equador, o oitavo massacre carcerário desde fevereiro no de 2021 no país, incidentes que deixaram mais de 400 mortos.
"Temos como informação preliminar que 21 pessoas ficaram feridas e 15 faleceram no confronto entre detentos", afirma um comunicado do SNAI, organismo responsável por administrar as penitenciárias, onde grupos vinculados ao narcotráfico travam uma guerra por poder.
A rebelião aconteceu na penitenciária da cidade de Latacunga (capital da província de Cotopaxi), que tem 4.300 presos e é uma das mais importantes do país.
"Após confrontos registrados no CPL (Centro de Privação de Liberdade) #Cotopaxi, 15 cadáveres de PPL (pessoas privadas de liberdade) foram retirados do local", afirmou o Ministério Público no Twitter.
O presidente equatoriano Guillermo Lasso apresentou "uma mensagem de condolências e de solidariedade aos familiares daqueles que morreram".
Explosões foram ouvidas na penitenciária, que foi cenário de dois massacres em 2021.
O vice-diretor do SNAI, Jorge Flores, afirmou à imprensa que "segundo informações preliminares, o cidadão Leandro Norero estaria entre as vítimas".
Norero, conhecido como "El Patrón", foi detido em maio pela acusação de lavagem de dinheiro, em uma operação que resultou na apreensão de 6,4 milhões de dólares, 24 lingotes de ouro, armas de fogo e munições.
Ao que tudo indica, Norero, que tinha ligações com o narcotráfico e enfrentava uma ordem de prisão no Peru, se tornou um dos líderes dos detentos.
O governador de Cotopaxi, Oswaldo Coronel, afirmou que o controle na penitenciária foi retomado.
As prisões equatorianas, com capacidade para cerca de 30.000 pessoas, mas que abrigam 1.900 detentos a mais, viraram campos de batalha nos últimos anos, onde gangues ligadas ao narcotráfico lutam pelo poder com extrema violência.
A guerra também afeta as ruas de várias cidades, como o porto de Guayaquil (sudoeste), onde existe um grande complexo prisional com 13.100 detentos, no qual aconteceram desde o ano passado os maiores massacres no país, com corpos desmembrados e queimados.
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