Lisboa — Um homem tentou fraudar uma das urnas eletrônicas durante votação na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Ele já havia votado de forma impressa e furou a fila para registrar novamente o voto eletronicamente. A urna, da seção 541, teve de ser impugnada e 59 votos foram cancelados. Foi feito um boletim de ocorrência junto à adida da Polícia Federal, vinculada ao Consulado-Geral do Brasil na capital portuguesa.
O homem, identificado como Fábio Félix dos Santos, de aproximadamente 50 anos, disse aos fiscais ter votado no presidente Jair Bolsonaro. Ele foi retirado do recinto e responderá por crime eleitoral no Brasil.
Na sala em que Fábio Félix dos Santos estava, tinha duas urnas — uma eletrônica, outra, de lona, que havia substituído um equipamento com defeito identificado logo pela manhã. Depois de colocar o voto na urna de lona, ele correu na frente de outro eleitor que tinha sido liberado pelo mesário para votar e registrou o número do candidato de sua preferência.
Os eleitores que foram prejudicados poderão votar novamente dentro do horário previsto por lei. O problema é que a maioria deles não sabe o que aconteceu. No caso da pessoa que o fraudador roubou o lugar, ao furar a fila, foi dado o direito de exercer seu direito por meio de voto impresso.
Diante de tanta confusão, um grupo de eleitores mais exaltados que estavam na fila na hora em que o homem tentou fraudar a urna quis colocar a votação sob suspeita. Mas o Cartório Eleitoral autorizou a continuidade do processo, mas pelo voto impresso. Depois desse fato, a atenção dos mesários aumentou, de forma a evitar a repetição de outros crimes. A segurança foi reforçada nas seções.
Segundo Pedro Prola, fiscal do PT que acompanha as votações na Faculdade de Direito, a tentativa de fraude foi um caso isolado. “No geral, as eleições transcorrem de forma tranquila, apesar do número maior de eleitores e das filas para votação”, assinalou. Ele ressaltou ainda que, neste ano, o clima está menos tenso que o de 2018 e, no máximo, os grupos adversários estão disputando espaço entoando rimas de seus candidatos, sem violência.
Logo na abertura das votações, duas urnas eletrônicas falharam e foram substituídas por urnas de lonas, com votos impressos. Segundo o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, as falhas nessas duas urnas foram comunicadas imediatamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que autorizou a substituição dos equipamentos. No total, 58 urnas eletrônicas foram enviadas para Lisboa, onde estão registrados 45.273 eleitores brasileiros.
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