Ao menos 15 pessoas, incluindo 11 crianças, morreram em um tiroteio nesta segunda-feira (26/9) em uma escola de Izhevsk, na região central da Rússia, que o presidente russo Vladimir Putin chamou de "atentado terrorista desumano".
"Quinze pessoas morreram, incluindo 11 crianças e quatro adultos, e 24 ficaram feridas, incluindo 22 crianças e dois adultos", informou durante a tarde o Comitê de Investigações de Rússia, ao atualizar o balanço - o anterior citava 13 vítimas fatais.
O atirador, que cometeu suicídio de acordo com os investigadores, vestia "pulôver preto com simbologia nazista e uma balaclava". Ele foi identificado como um ex-aluno da escola, Artiom Kazantsev, nascido em 1988. "Estamos verificando se era ligado a posições neofascistas e à ideologia nazista", afirmou o comitê.
As autoridades publicaram um vídeo que mostra o corpo de um homem no chão, com sangue ao redor da cabeça. O pulôver tem uma suástica vermelha.
"Os policiais encontraram o corpo do homem que abriu fogo. De acordo com nossas informações, ele cometeu suicídio", afirmou o ministério russo do Interior.
O ataque aconteceu durante a manhã na escola n°88 de Izhevsk, cidade de quase 650.000 habitantes, capital da república de Udmurtia, que fica na região central do país, ao oeste dos Montes Urais, que dividem a parte europeia da parte asiática da Rússia. A localidade abriga as fábricas dos fuzis Kalashnikov.
O centro de ensino informa em seu site que tem quase mil alunos e 80 professores.
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"Ato terrorista desumano"
O presidente russo Vladimir Putin denunciou um "ato terrorista desumano", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"O presidente chora profundamente pela morte de funcionários e crianças nesta escola em que foi cometido um atentado terrorista", afirmou Peskov, antes de destacar que Putin deseja a rápida recuperação dos feridos.
O governador da região, Alexander Brechalov, anunciou em um discurso emocionado que o atirador entrou na escola, matou um segurança e abriu fogo contra as crianças.
"A operação de retirada terminou e o perímetro está isolado", disse Brechalov no vídeo divulgado no Telegram. Ele também informou que a Guarda Nacional da Rússia, o FSB (Serviço Federal de Segurança) e as autoridades responsáveis pela investigação estavam no local.
Uma investigação foi aberta por "assassinato" e "porte ilegal de armas" pelo Comitê de Investigação da Rússia, principal órgão de investigação do país.
O tiroteio desta segunda-feira aconteceu em um momento de grande tensão em várias regiões da Rússia, após o anúncio da convocação militar de centenas de milhares de reservistas para a ofensiva na Ucrânia.
Nesta segunda-feira, um homem abriu fogo em um centro de recrutamento do exército russo na Sibéria e um militar ficou gravemente ferido.
O fenômeno dos tiroteios era algo raro no país, em particular nas escolas, mas nos últimos anos se tornou mais frequente, a ponto de o presidente Vladimir Putin expressar preocupação e atribuir as causas a eventos importados dos Estados Unidos e ao efeito perverso da globalização.