O papa Francisco defendeu taxas de impostos progressivas e o "pacto fiscal" na Itália, enquanto os líderes da direita Matteo Salvini e Silvio Berlusconi defendem uma taxa única na campanha eleitoral.
O argentino recebeu no Vaticano empresários membros da principal confederação patronal, a Confindustria, e insistiu na necessidade de compartilhar as riquezas.
Uma forma de dividir as riquezas, "muito importante no mundo moderno e nas democracias, é por meio dos impostos, mas é frequentemente incompreendida", declarou o papa a cinco mil empresários e suas famílias.
"O pacto fiscal está no coração do pacto social. Os impostos são também uma forma de compartilhar a riqueza para que esta se converta em bens comuns e públicos como educação, a saúde, os direitos, os cuidados, a ciência, a cultura e o patrimônio", continuou.
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"Certamente, os impostos devem ser justos, equitativos e fixados em função da capacidade contributiva de cada um, como exige a Constituição italiana", afirmou Francisco.
Salvini e Berlusconi fizeram da taxa única ("flat tax") um de seus principais cavalos de batalha para as legislativas de 25 de setembro.
O papa, que regularmente defende um acesso mais igualitário à riqueza, não fez alusão à situação política italiana com vistas às eleições e não mencionou nenhum nome.
Na Itália, onde a evasão fiscal é estimada em cerca de 100 bilhões de dólares ao ano, a Constituição afirma que "todos os cidadãos devem participar do gasto público conforme sua capacidade de contribuir" e que o sistema fiscal deve respeitar "critérios de progressividade".
Mas Salvini não perde a oportunidade de apresentar a taxa impositiva única de 15% como remédio milagroso para reduzir a evasão fiscal e reativar a economia da península, enquanto que para Berlusconi a melhor seria de 23%. Seus críticos consideram que a taxa única reforça a desigualdade e reduz os ingressos fiscais do Estado.
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