Família real

Charles III e William agradecem multidão na fila para homenagear Elizabeth II

Súditos gritavam "God save the King" e "God bless the Prince of Wales" enquanto esperavam para ver o caixão de rainha Elizabeth II

Agência France-Presse
postado em 17/09/2022 10:10 / atualizado em 17/09/2022 10:12
 (crédito: Aaron Chown / POOL / AFP)
(crédito: Aaron Chown / POOL / AFP)

Com uma aparição inesperada, o rei Charles III e o príncipe herdeiro William agradeceram neste sábado (17/9) às pessoas que enfrentam horas em uma fila de vários quilômetros para a despedida final de Elizabeth II, antes do "funeral do século" na segunda-feira.

"God save the King" (Deus salve o rei) e "God bless the Prince of Wales" (Deus abençoe o príncipe de Gales) gritaram os súditos no centro de Londres, enquanto apertavam as mãos e conversavam por alguns minutos com as novas faces de uma monarquia que perdeu sua rainha longeva.

"Muito obrigado", respondeu William às pessoas que aguardam por horas antes de prestar homenagem diante do caixão da rainha em Westminster Hall.

O edifício quase milenar, com teto de vigas de madeira, o mais antigo do complexo do Parlamento britânico, recebeu o caixão da monarca na quarta-feira e deve ser visitado por 750 mil pessoas.

"Foi muito emocionante. Era como a avó da nação. Vamos sentir muita falta", disse à AFP Shaun Mayo, um técnico de computação de 27 anos que enfrentou uma fila de 14 horas.

Na sexta-feira, o ex-jogador de futebol David Beckham também aguardou sua oportunidade para homenagear o que chamou de "incrível legado" da única rainha conhecida pela maioria dos britânicos até sua morte, em 8 de setembro, aos 96 anos, após sete décadas de reinado.

14 horas de espera
Embora no início da manhã as autoridades tenham alertado que a fila de espera era de 24 horas, ao meio-dia a demora na fila caiu para 14 horas.

Nos últimos dias, os serviços de ambulâncias de Londres atenderam mais de 430 pessoas na fila de vários quilômetros ao longo do Tâmisa, a maioria por casos de desmaio.

A despedida acontece em um ambiente de recolhimento, solenidade e disciplina. Na sexta-feira à noite, no entanto, um homem foi preso ao sair da fila e tentar se aproximar do caixão, informaram as autoridades.

No mesmo dia, os britânicos registraram outro momento solene: o novo rei Charles III, 73 anos, e seus três irmãos Anne (72), Andrew (62) e Edward (58), ficaram próximos ao corpo de sua mãe por 15 minutos para a "Vigília dos Príncipes".

Na tarde de sábado será a vez dos oito netos da rainha, incluindo o príncipe herdeiro e seu irmão Harry, que na semana passada apareceram em público ao lado de suas esposas, Catherine e Meghan.

O momento, que segundo a imprensa britânica foi possível após 45 minutos de "longas negociações", pretendia mostrar uma aproximação entre os filhos de Charles III e Diana depois que Harry e Meghan decidiram abandonar em 2020 a família real e mudar para a Califórnia.

"Funeral do século"

As autoridades britânicas se preparam para receber na segunda-feira (19) o primeiro funeral de Estado desde o do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, com a presença de dezenas de líderes mundiais.

"Posso confirmar que será o maior evento que a polícia londrina terá que administrar, maior que os Jogos Olímpicos de 2012", declarou o vice-comandante Stuart Cundy.

O "funeral do século" começará na segunda-feira às 10h (7h de Brasília) na Abadia de Westminster, diante de 2.000 convidados. Analistas calculam que será assistido por 4,1 bilhões de pessoas no mundo, graças à televisão e às redes sociais.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou presença, assim como o brasileiro Jair Bolsonaro e o rei da Espanha, Felipe VI.

O vice-presidente chinês, Wang Qishan, representará seu país. A China foi convidada ao funeral, ao contrário da Rússia, devido à guerra na Ucrânia, e um reduzido número de países, como Venezuela e Mianmar.

Alguns chefes de Governo já chegaram a Londres. A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, prestou homenagem na sexta-feira diante do caixão de Elizabeth II.

Neste sábado, representantes de vários países da Commonwealth devem prestar homenagem e se reunir com Charles III.

Após o funeral, o caixão será transportado pela capital britânica até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner. No local, será colocado em um carro fúnebre para a última viagem até o Castelo de Windsor.

Uma última cerimônia privada, com a presença apenas dos integrantes mais próximos da família real, será celebrada e a rainha será sepultada às 19h30 (15h30 de Brasília).

O corpo da monarca mais longeva do Reino Unido permanecerá, ao lado de seu marido, na capela do rei George VI, onde estão os caixões de seu pai e sua mãe, assim como as cinzas de sua irmã Margaret.

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