China

ONU vê possíveis crimes contra a humanidade em Xinjiang, província da China

Relatório da Organização advertiu sobre "acusações credíveis de tortura e violência sexual" contra as minorias étnicas

Correio Braziliense
postado em 01/09/2022 06:00
 (crédito: GREG BAKER)
(crédito: GREG BAKER)

A Organização das Nações Unidas (ONU) não se intimidou com a pressão exercida pelo governo chinês e publicou um relatório no qual aponta "graves violações dos direitos humanos" na província de Xinjiang, no noroeste da China. "A extensão da detenção arbitrária e discriminatória de membros de uigures e outros grupos predominantemente muçulmanos, de acordo com a lei e a política, no contexto de restrições e privações mais gerais de direitos fundamentais usufruídos, individual e coletivamente, pode constituir crimes internacionais, em particular crimes particulares contra a humanidade", afirma o relatório, divulgado minutos antes de a ex-presidente chilena Michelle Bachelet deixar o cargo como alta comissária para os Direitos Humanos. 

O documento de 46 páginas pede uma "resposta internacional urgente" em relação às alegações de tortura e de outras violações de direitos humanos cometidas por Pequim, em sua campanha de erradicação do terrorismo. "Graves violações dos direitos humanos foram cometidas na (Região Autônoma Uigur de Xinjiang) no contexto da aplicação do governo de estratégias de contraterrorismo e contra 'extremismo'", disse o relatório. "Esses padrões de restrições são caracterizados por um componente discriminatório, já que os atos subjacentes geralmente afetam, direta ou indiretamente, as comunidades uigures e outras comunidades predominantemente muçulmanas."

O relatório advertiu sobre "acusações credíveis de tortura e violência sexual" contra as minorias étnicas. O governo de Xi Jinping avaliou que o texto "baseia-se em desinformação e em mentiras fabricadas pelas forças anti-China". Segundo Pequim, o mesmo "dissimula e difama" a China, além de interferir em assuntos internos. O dossiê da ONU aborda, ainda, os "centros vocacionais e de treinamento" mantidos pela China em Xinjiang — comparados por especialistas a campos de concentração.

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