Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado em praças e avenidas públicas da Argentina em apoio à vice-presidente Cristina Kirchner, que enfrenta um julgamento por corrupção e um pedido da promotoria de 12 anos de prisão e inabilitação política.
A convocação para o protesto foi feita em redes sociais. Cristina Kirchner, 69, foi acusada com outras 12 pessoas pelos crimes de associação ilícita e administração fraudulenta agravada em um caso de corrupção na licitação de obras públicas quando ela era presidente (2007-2015).
A prefeitura de Buenos Aires, controlada pelo opositor de direita Horacio Larreta, ordenou a instalação de uma cerca para impedir que os manifestantes chegassem à esquina da residência de Cristina, epicentro de vigílias e manifestações na semana passada.
"As cercas instaladas pelo senhor Larreta representam mais do que impedir a livre circulação. São mais do que sitiar a vice-presidente da nação", publicou Cristina em suas redes sociais. "Querem proibir as manifestações de amor e apoio absolutamente pacíficas e alegres que acontecem diante da já inocultável perseguição do partido judicial", afirmou.
Funcionários, deputados e líderes políticos, sindicais e sociais somaram-se à convocação na Recoleta. "Estamos muito acostumados a resistir em paz. Tampouco deixaremos que saiam impunes e que se sitie o local onde reside a vice-presidente", disse a porta-voz da presidência, Gabriela Cerruti, que estava entre os manifestantes.
As vigílias em frente ao prédio em que Cristina reside tem sido diárias desde que, na última segunda-feira, a promotoria pediu ao tribunal 12 anos de prisão para a ex-presidente e sua inabilitação política perpétua.
Em outras partes do país, incluindo Tucumán (noroeste), Córdoba (centro) e Rosário (centro-leste), milhares de pessoas também se reuniram e se manifestaram pacificamente.