O Departamento de Justiça dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (26) uma cópia editada do depoimento que convenceu um juiz a autorizar a busca na residência do ex-presidente Donald Trump na Flórida. Os advogados do Departamento de Justiça se opuseram à divulgação do documento, mas o juiz ordenou que fosse tornado público com a edição que o Departamento considerasse necessária para proteger uma investigação relacionada à segurança nacional.
Agentes do FBI invadiram a propriedade de Trump em Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, em 8 de agosto, apreendendo caixas contendo um grande número de documentos altamente confidenciais que Trump não devolveu ao governo, apesar de vários pedidos e uma ordem para fazê-lo.
A versão não editada da declaração explicaria em detalhes o que o departamento está investigando sobre Trump e possivelmente revelaria algumas fontes. Mas o juiz Bruce Reinhart aceitou os argumentos do Departamento de Justiça de que havia uma necessidade "convincente" de ocultar partes significativas do documento.
Reinhart ordenou a divulgação da declaração editada até o meio-dia de sexta-feira (13h00 no horário de Brasília) e a expectativa febril em torno de sua liberação fez com que o site do tribunal federal travasse. As autoridades judiciais se opuseram à abertura do documento, dizendo que exigiria edições "tão extensas que deixariam o restante do texto aberto desprovido de conteúdo significativo".
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Mas o juiz afirmou que sua divulgação atendia ao interesse público, já que o caso envolve uma operação sem precedentes do FBI na casa de um ex-presidente.
O mandado para a operação cita três estatutos criminais, incluindo um regido pela Lei de Espionagem, que torna crime obter ou reter ilegalmente informações de segurança nacional, e outro sobre obstrução de uma investigação federal.
Trump, que considera concorrer à presidência novamente em 2024, denunciou energicamente a operação do FBI. "Esses bandidos políticos não tinham o direito, sob a Lei de Registros Presidenciais, de invadir Mar-a-Lago e roubar tudo à vista, incluindo passaportes e documentos privilegiados", disse Trump nas redes sociais nesta sexta-feira (26/8).
"Eles até arrombaram meu cofre. Dá para acreditar nisso?", escreveu. "Agora estamos vivendo em um país sem lei, que também é uma nação falida!" .
O ex-presidente entrou com uma ação na segunda-feira pedindo que um tribunal nomeie uma parte independente para revisar os arquivos apreendidos na operação do FBI em busca de materiais protegidos por privilégio pessoal.
Isso poderia bloquear o acesso dos investigadores aos documentos. O ex-presidente não entrou com a ação no tribunal federal de Fort Lauderdale, na Flórida, que foi o que emitiu a ordem original, mas no mais distante Fort Pierce, cujo único juiz foi nomeado por ele.
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