SOMÁLIA

Ataque jihadista em hotel na Somália deixa 21 mortos e 117 feridos

Segundo o ministro Ali Haji Adan, o ataque começou na noite de sexta-feira (19/8). Neste domingo (21/8), os familiares dos desaparecidos no ataque esperavam notícias de seus entes queridos

O ministro da Saúde anunciou neste domingo (21) que o ataque jihadista de 30 horas a um hotel em Mogadíscio deixou 21 mortos. Enquanto isso, os familiares aguardavam desesperadamente notícias dos desaparecidos. "O Ministério da Saúde confirmou até agora 21 mortos e 117 feridos" no hotel Hayat na capital somali. Segundo o ministro Ali Haji Adan, o ataque começou na noite de sexta-feira (19/8). O levantamento anterior era de 13 mortos.

Neste domingo (21/8), os familiares dos desaparecidos no ataque esperavam notícias de seus entes queridos. "Meu irmão estava no hotel na última vez que ouvimos falar dele, mas seu telefone está desligado e não sabemos o que esperar", o empresário Muktar Adan disse à AFP.

Horas antes, as forças de segurança haviam anunciado ter dado um fim ao ataque durante a madrugada de domingo com a morte de todos os assaltantes. Equipes de resgate tentam encontrar desde domingo possíveis sobreviventes nos escombros, confirmaram jornalistas da AFP.

O hotel, frequentado por funcionários do governo, sofreu danos consideráveis durante o enfrentamento dos islamistas e forças de segurança, com algumas partes até desmoronando. Esse é o mais grave ataque em Mogadíscio desde maio, na eleição do novo presidente somali Hasan Sheikh Mohamud, e destaca o perigo que a insurreição islâmica representa há 15 anos.

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Crianças em choque 

Os membros do Al Shabab, um grupo afiliado à Al-Qaeda, iniciaram o ataque na noite de sexta-feira ao invadir com armas e bombas o popular hotel Hayatt, onde ficaram barricados por cerca de 30 horas.

O comissário da polícia, Abdi Hasan Mohamed Hijar, disse à imprensa no domingo que "106 pessoas, incluindo mulheres e crianças" foram resgatadas pelas forças de segurança durante o ataque islamita, que terminou por volta da meia-noite.

Pouco antes do fim do cerco, uma testemunha, Salaad Ali, que assistia todo o ocorrido no telhado de outro edifício, disse que as forças de segurança atacavam "com armas pesadas".

Al-Shabab reivindicou a responsabilidade pelo ataque no sábado (20), através dos meios de comunicação relacionados. Abdiaziz Abu Musab, porta-voz do grupo, assegurou em declarações à rádio Andalus que suas forças haviam "causado inúmeras vítimas".

Uma mulher chamada Hayat Ali disse que as forças de segurança haviam encontrado três crianças, entre quatro e sete anos, escondidas em estado de choque no banheiro de um hotel.

O ataque foi feito após os Estados Unidos anunciarem na quarta-feira (17) o abate de 13 militantes do Al-Shabab em um ataque aéreo nas redondezas de Teedaan, cerca de 300 quilômetros ao norte de Mogadíscio e perto da fronteira com a Etiópia.

O presidente Joe Biden decidiu retomar em maio a presença militar americana na Somália, revertendo a decisão de seu antecessor Donald Trump.

Os militantes do Al-Shabab foram expulsos de Mogadíscio em 2011 por uma força da União Africana, mas ainda controlam grandes áreas do território e são capazes de cometer ações mortais contra civis e militares.

O presidente Hasan Sheikh Mohamud disse no mês passado que não poderá vencer os militantes com o recurso único da força militar, mas especificou que ainda não era o momento de encarar uma negociação.

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